RACIONAMENTO

Romero Rodrigues condena ‘circo’ de Ricardo para anunciar fim do racionamento

De acordo com o prefeito, a ‘carona’ que o governo do Estado ‘pegou’ no Festival de Inverno segue a mesma estratégia dos anúncios do fim do racionamento.

Entrevistado pela CBN João Pessoa na manhã desta terça-feira (22), o prefeito Romero Rodrigues, de Campina Grande, disse que faltou planejamento “até no anúncio” do fim do racionamento de água em Campina Grande pelo governador Ricardo Coutinho.

“O governador manda para Campina seu secretário-candidato (refere-se a João Azevedo, secretário de Recursos Hídricos), monta aquela estrutura de cargos comissionados, ele anuncia e uma semana após o governador vem anunciar a mesma coisa, apenas antecipando data. Se falta planejamento no anúncio do fim do racionamento, imaginem na gestão”, questionou.

Romero afirmou que o Governo do Estado não levou em conta em sua decisão que são constantes os desvios de água no Rio Paraíba – “constatados inclusive pela imprensa” – entre Monteiro, porta de entrada da água da Transposição no interior do Estado, e o açude de Boqueirão, que abastece Campina e mais 18 municípios.

“Há desperdício significativo, também. O fato é que a água que chega em Monteiro não chega no mesmo volume em Boqueirão. Está faltando gestão da água para que a gente possa receber o mesmo volume que chega em Monteiro, que é a entrada do Rio São Francisco na Paraíba. A gestão da água é ineficiente. A gestão da Cagepa é também ineficiente”, declarou.

O prefeito garante que a maioria da população campinense está contra o fim do racionamento porque percebe que não há segurança hídrica. “É uma questão de sobrevivência e de desenvolvimento econômico do município. Falta precaução, então. Infelizmente, a forma como está sendo feita é politiqueira, de promoção pessoal. É uma encenação circense”, criticou.

Romero Rodrigues queixou-se ainda do fato de o governo jamais ter apresentado um Plano B quando decretou o fim do racionamento, limitando-se a aguardar as águas da Transposição que agora sofrem represamentos e usos indevidos ao longo do Rio Paraíba. “O que falta, enfim, é gestão, é compromisso, é competência”, reforçou, lembrando que sequer a limpeza do rio foi feita, fazendo com que o Paraíba permaneça assoreado e poluído por esgotos.

Ele considerou sensata a decisão da juíza Ana Carmem Jordão, de Campina Grande, que ontem concedeu liminar à Defensoria Pública Estadual para suspender o fim do racionamento. O prefeito espera que o Tribunal de Justiça da Paraíba não revogue tal decisão até que o governo apresente estudos e dados que convençam quanto à segurança hídrica para a população de Campina e região.

No final de sua entrevista, Romero lamentou a falta de ações estruturantes do Governo do Estado em Campina Grande. “Há quatro anos e sete meses que estou na gestão e não foi celebrado um convênio sequer entre Prefeitura e Governo do Estado. Agora mesmo, no Festival de Inverno, o governo estadual, além de não ajudar, colocou uma mídia enganosa dizendo que contribuiu, financiou”, denunciou.

De acordo com o prefeito, a ‘carona’ que o governo do Estado ‘pegou’ no Festival de Inverno segue a mesma estratégia dos anúncios do fim do racionamento. “É promoção política, é proselitismo político. Anunciar duas vezes, com toda aquela claque de assessores para bater palmas?”, provocou, sugerindo em seguida que o tal anúncio poderia ter sido feito através de uma rádio ou em redes sociais.

Fonte: Blog do Rubão