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Rodrigo Maia diz que governo Temer precisa de novo 'elo com as ruas'

Rodrigo Maia diz que governo Temer precisa de novo 'elo com as ruas'

rodrigo maia

Em entrevista à revista “Veja” desta semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a estratégia de comunicação do governo de Michel Temer e disse que é preciso um novo “elo com as ruas’.

“Ele (governo) está se comunicando muito mal, de forma antiquada, mofada, ineficaz”, afirmou Maia, eleito presidente da Câmara em julho com o apoio do Palácio do Planalto.

O deputado criticou episódios em que o governo tem de recuar após uma declaração polêmica de um ministro —como o que ocorreu recentemente com o do Trabalho, Ronaldo Nogueira, sobre um possível aumento na jornada dos trabalhadores.

“O zigue-zague é péssimo. Cria um ambiente de insegurança desnecessário”, disse o presidente da Câmara.

“O sinal é que o governo não está dialogando internamente. Ministro só deve vir a público quando estiver 100% afinado com o presidente”, ressaltou.

De acordo com Maia, “é preciso fazer os ajustes” necessários para fortalecer a imagem do governo Temer. Ele classificou, por exemplo, de “pífios” os contrapontos “Fora, ladrão” e “Bora, Temer” sugeridos dentro do governo para reagir ao termo “golpista” e à expressão “Fora, Temer”.

“As primeiras declarações de integrantes do governo minimizando as manifestações foram um equívoco”, declarou.

Maia disse que ainda que o presidente da República precisa ter em seu governo pessoas que o ajudem a estabelecer um novo “elo com as ruas’.

Ele lembrou que estava ao lado de Temer quando o presidente foi vaiado na abertura dos Jogos Olímpicos, no Rio. “Michel ficou visivelmente incomodado”, disse. “O incômodo é bom, na medida em que faz repensar rumos”, ressaltou.

O presidente da Câmara repetiu que a PEC que estabelece um limite de gastos públicos é a prioridade do semestre na Casa. “O gol mais importante do ano”, disse.

Ele reafirmou ainda a dificuldade em acelerar neste momento a tramitação de uma proposta de reforma da Previdência, em razão, sobretudo, do período de eleição municipal. “Seria no mínimo ingênuo agora”, justificou.

Fonte: Folha