Um dia depois de dar seu apoio à greve dos Policiais Militares no Ceará, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) usa as redes sociais para apresentar uma posição diferente ao que foi declarado. Na segunda-feira, em entrevista à coluna e que foi gravada, ela repetiu em diversas ocasiões ao ser questionada sobre a situação no Ceará que a greve era um “direito”.
Nesta terça-feira, porém, ela usou as redes sociais para dizer que “apoia toda oportunidade que possam surgir dos estados reverem o fortalecimento de suas polícias, defendo o diálogo, mas a paralisação total das forças de segurança não é permitido por lei e coloca em risco a sociedade”.
A Constituição proíbe greve de policiais militares. Entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2017 estendeu o veto a agentes das polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e Corpo de Bombeiros.
Um dia antes, questionada se achava que a ação dos PMs era legítimo, ela respondeu: “direito à greve”. “Todo mundo tem direito à greve. As categorias têm direito à greve”, insistiu. “O que eu percebi é que os policiais no Ceará estão no limite”, afirmou.
“Só que o direito à greve também respeite o direito à vida, o direito à proteção, o direito de ir e vir. Só isso que estou querendo que eles [PMs amotinados no Ceará] observem”, declarou Damares.
“Direito à greve é direito garantido”. Ao ser questionada novamente sobre o direito de policiais fazerem greve, a ministra respondeu: “Nós temos leis que regulam a greve no Brasil. Agora, as pessoas questionam, mas as forças de segurança têm direito à greve? Direito à greve é direito à greve”, insistiu.
Na semana passada, um dos integrantes de seu ministério, Herbert Borges Paes de Barros, diretor de Proteção e Defesa de Direitos Humanos, havia sinalizado no mesmo sentido de Damares sobre os PMs.
Fonte: UOL
Créditos: UOL