O fim de semana foi de festa no município de Pocinhos. A cidade recebeu o filho vitorioso, deputado Adriano Galdino (PSB), para consagrá-lo como ilustre conterrâneo. Galdino virou inspiração. Vendedor de balas e garçom, que, agora, é presidente de um Poder. Dono de uma “caneta”, homem da palavra final. O socialista juntou uma multidão no centro da cidade e levou os colegas que o elegeram. Também passou por lá quem não o apoiou na votação tumultuada, mas espera dele o cumprimento da promessa de governar para todos. De acordo com alguns parlamentares, de certa forma, a frase faz uma referência à maneira que o antecessor, Ricardo Marcelo (PEN), comandava. Segundo eles, beneficiando alguns deputados em detrimento de outros. Alguns não escondiam o ressentimento de existir “os preferidos”. Daí a luta que muitos encabeçaram para mudar.
Sem dúvida, agora, o novo presidente tem tudo para agregar. É daqueles homens de fala mansa, que vê tudo, sabe de tudo e prefere encontrar um meio termo. Por um lado é bom. Deve equilibrar os benefícios entre os parlamentares, evitar ciumeira. O governo sai ganhando também. Deve conseguir atrair o voto de independentes e oposicionistas moderados, em votações menos polêmicas. Ao lado dele e simpáticos à nova liderança já temos Trócolli Júnior (PMDB), Bruno Cunha Lima (PSDB), Manoel Ludgério (PSD).
Mas, não será um jardim de girassóis comportados, pacientes e virtuosos na hora de ouvir, ceder e divergir. Esse, por incrível que pareça, pode ser o seu maior problema. Galdino joga no silêncio e na fala com poucos decibéis. Esse seu jeito pode confundir com fraqueza, falta de pulso e submissão. Vai ter que engolir em seco algumas determinações do governo que, como já afirmamos, é uma espécie de financiador dessa nova mesa diretora.
No mesmo time de Adriano Galdino tem uma turma experiente que sabe argumentar, impor ideais e entrar “rasgando” numa polêmica. E, se por algum motivo, o presidente divergir, vai colocar à prova sua liderança. Velhos estrategistas, experientes políticos, com posições firmes e irredutíveis que, quando necessário, ganham no grito. Nesse grupo figuram Jeová Campos, Ricardo Barbosa, Buba Germano, Gervásio Maia, Anísio Maia, até o próprio Tião Gomes. Se não mantiver pulso firme, numa rota de colisão, pode ser diminuído pelo poder de articulação desse time. A vitória beneficiou todo mundo, mas conduzir para agradar todos os aliados não será fácil. Na convergência, tudo é bom. Basta saber quem aguenta a pressão da divergência.
Exemplo
Para melhorar a imagem do parlamento na sociedade, Galdino poderia seguir o exemplo do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara.
Sessões
Cunha determinou que tenha sessões todas terças, quartas e quintas e não só em dois dias da semana. Também tornou a justificativa de falta mais rigorosa.
Sem rigor
Atualmente, um espirro, uma ida à esquina, conversas com lideranças ou uma viagem por qualquer motivo justificam uma falta no parlamento.
Exame
O secretário legislativo, Washington Rocha, vai entregar aos deputados cópias do Regimento Interno. Alguns vão fazer até workshop. Precisam.
Farpas entre paraibanos
Os paraibanos Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, e o colega, o senador petista Lindbergh Farias (RJ), trocaram farpas e foram parar “nos destaques” dos sites nacionais. Cássio defendeu o debate da sociedade sobre o impeachment, alegando que os tucanos, ainda, não estão pregando o afastamento, mas a discussão. Lindbergh acusou o PSDB de “golpismo”, de estimular um movimento pró-impeachment da presidente, por causa da avaliação baixa. Cássio não tem brincado em serviço.
Harmonia
A inauguração da Escola Técnica de Mamanguape, ontem, sinalizou para um tempo diferente: harmonia entre o Executivo, Legislativo e Judiciário da PB.
Juntos
No mesmo palco, a população viu o governador RC, o presidente da AL, Adriano Galdino, e o presidente do TJ, Marcos Cavalcanti. Todos bem à vontade.
Prestígio I
Tudo bem que eles são amigos há um tempo, foram do mesmo partido, mas RC mostrou prestígio com o Mec. Trouxe o ministro Cid Gomes para abrir o ano letivo. Poderia estar em qualquer outro estado.
Prestígio II
A gente espera também que o prestígio se reverta em recursos para conclusão das outras quatro Escolas Técnicas Estaduais prometidas por Coutinho.
Recusou
A mulher do deputado federal Veneziano Vital, Ana Claudia, recusou o cargo no governo. Vai continuar na superintendência da Funasa, onde faz um trabalho reconhecido.
Sem imposição
Vené disse que não vai exigir que uma indicação dele assuma a vaga que sobrou. Se o governador pedir um nome do PMDB, uma reunião vai ser feita para analisar. O deputado não quer impor.