Maranhão (governador) e João Azevedo (vice)

Ricardo e Maranhão "acertados" para as eleições 2018 - Por Antonio Santos

Lígia Feliciano, portanto, assumiria o Governo e não se candidataria a governadora, como quer e sonha a oposição, apoiando, incondicionalmente, a chapa Maranhão (governador) e João Azevêdo (vice). Esse seria o grande acordo, tudo engendrado fora dos holofotes, mas sintomaticamente exposto das últimas falas de Maranhão e Ricardo Coutinho.

Maranhão e Ricardo “acertados” para 2018

Por Antonio Santos

As últimas declarações do senador José Maranhão e do governador Ricardo Coutinho, para quem vê um pouquinho a frente do nariz em se tratando de “passos políticos”, sintomaticamente pode se concluir que a aliança MDB/PSB está concretizada para 2018. Não é torcida para essa união acontecer, mas o que mostram as evidências diante da troca olhares entre líderes, tanto o do Palácio da Redenção quanto o que preside o Movimento Democrático Brasileiro na Paraíba.
O governador, por exemplo, em entrevista à imprensa semana passada, não fez questão de esconder de ninguém sua admiração pelo presidente estadual do MDB, dizendo que Maranhão é exemplo de probidade política, administração e de enorme folha de serviços prestados ao Estado da Paraíba. Ao elogiar “Zé”, ao contrário Ricardo teceu duras críticas ao prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo e ao senador Cássio Cunha Lima.

Da parte de Maranhão, não se vê, portanto, duras e veladas críticas ao Governo do Estado, nem na área da Segurança Pública, alvo preferido dos adversários do governador. O presidente do MDB estadual, entretanto, ao reunir o partido e unificar o discurso em torno de seu nome, foi mais além e ainda disse que Ricardo Coutinho sai do Governo e vai se eleger senador.

Vejam que as semelhanças não são meras coincidências, sobretudo naquilo que vociferam os comandantes do MDB e do PSB. Ao ter a certeza de não poder contar com PSDB e PSD, Maranhão cuida logo de pavimentar o caminho em busca do apoio de Ricardo. E o governador, nem diz que sim, nem que não. Apenas insiste em protagonizar João Azevêdo como pré-candidato socialista para fazer com que os aliados permaneçam no barco.

Outro nutriente, umbilicalmente do ponto de vista político-partidário que muita gente ainda não se deu conta, diz respeito ao acirramento entre Ricardo e Cartaxo. O governador, que gosta de olhar o jogo de cima da arquibancada para vê todos os lances, observa que, em todas as pesquisas já divulgadas, inclusive dentro do grupo de oposição, o desempenho de Maranhão é surpreendente, superando qualquer expectativa a olho nu.

Vocês recordam as últimas declarações do ex-governador Roberto Paulino (vice-presidente estadual do MDB) acerca da política estadual e nacional? Pois bem, no que disse Paulino deixou claro que vota em Lula para presidente da República e seu voto só seria mudado caso Ricardo Coutinho fosse o candidato ao Palácio do Planalto.

Sabem o que tais declarações significam? Não? Então vejamos: Roberto Paulino quis dizer que o alinhamento do MDB com o PSB na Paraíba é sublinhado por reciprocidade. Foi o partido de Maranhão quem deu a vitória ao atual governador na campanha de 2014, inclusive em Guarabira com o apoio do então PMDB de Paulino.

Ricardo estaria propenso em retribuir a vitória recebida do então PMDB, fazendo Maranhão governador e ainda por cima derrotando Cássio & Cia.

Vejam, observem, atentem para as semelhanças nos discursos das lideranças. Até o deputado Raniery Paulino, um dos principais opositores do governador, disse em alto e bom som não ser empecilho algum numa futura aliança entre MDB e PSB, torcendo e defendendo é claro para seu partido ser cabeça de chapa. Não há certeza se a possível união se concretizará dessa forma, mas os fortes indícios são de que Maranhão e Ricardo vão caminhar juntos em 2018.

O leitor (internauta) poderia perguntar, por exemplo, como ficaria a chapa MDB/PSB ou vice e versa. Pois bem, então vejamos: Ricardo Coutinho deixaria o Governo e formaria a chapa ao Senado Federal com Raimundo Lira. Roberto Paulino seria o suplente de senador de Lira e Luiz Couto (ou outro indicado pelo PT) o de RC.

Lígia Feliciano, portanto, assumiria o Governo e não se candidataria a governadora, como quer e sonha a oposição, apoiando, incondicionalmente, a chapa Maranhão (governador) e João Azevêdo (vice). Esse seria o grande acordo, tudo engendrado fora dos holofotes, mas sintomaticamente exposto das últimas falas de Maranhão e Ricardo Coutinho.

Há outra variante nessa engenharia política com a confirmação da candidatura de Lula a Presidência da República. O PSB nacional, portanto, luta para indicar o vice na chapa do PT e, conforme corre nos bastidores, o nome escolhido seria o do governador Ricardo Coutinho, sobretudo por sua fidelidade ao ex-presidente e a boa avaliação administrativa em nível nacional.

Caso isso ocorra, a vaga de candidato ao Senado, antes ocupada por Ricardo, seria oferecida ao DEM ou ao PR, com prioridades para as candidaturas de Efraim Filho ou Wellington Roberto. Repito, toda essa conjuntura está sendo conversada num canal de entendimento com o ex-presidente Lula, que sempre declarou querer ter Ricardo como candidato ao Senado Federal em 2018.

A chapa a governador da Paraíba, nessa união entre Maranhão e Ricardo, também pode ser invertida. PSB na cabeça e MDB na vice. Ai seriam outros quinhentos. João Azevêdo seria o candidato, com o PT na vice e as duas vagas ao Senado sendo ocupadas por Veneziano Vital do Rego e Wellington Roberto. E por aí vai…

 

Fonte: http://www.fatoafato.com.br/2018/02/coluna-de-santos-editor-de-fato-fato.html
Créditos: Antonio Santos