Revirando artigos deste ano, foi possível fazer uma radiografia dos fatos políticos que marcaram 2015. Movimentos que se concretizaram integralmente, outros atos frustrados, promessas não cumpridas e acordos feitos e desfeitos. A retrospectiva dá um pouquinho de trabalho, mas ela nos faz fazer algo importante: olhar para trás para saber onde estamos.
Em uma dos primeiros textos do ano, registramos aqui que o senador diplomado José Maranhão (PMDB) disse numa conversa com jornalistas, em um restaurante da capital. Ele queria o PMDB com mais espaço no governo. Maranhão esperava dar um empurrãozinho para emplacar o deputado estadual Trócolli Junior (PMDB) em uma Secretaria. A pasta era a de Esportes e Lazer. Vimos, meses depois, que a aproximação aconteceu com Trócolli indo para a Articulação. Na mesma época, em janeiro de 2015, já com maioria na AL, Coutinho se articulava para tirar a presidência da Assembleia de Ricardo Marcelo. Contou com a colaboração decisiva de Gervásio Maia (PMDB), que garantiu a presidência antecipada.
O ano também começou com a suspeita de que a aliança entre Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo, feita em outubro na eleição, não duraria muito. Nos primeiros dias do ano, o prefeito Luciano Cartaxo colocou panos quentes na incômoda decisão do PSB de não ocupar cargos na sua gestão.
Sabia que a decisão dos socialistas era um sinal de que era preciso ficar em alerta, mas sem surfar na onda da intriga. O resultado disse nós vimos logo no segundo semestre, quando Cartaxo anunciou a saída do PT e filiação ao PSD, provocando, naturalmente, o rompimento com PSB que, em tese, já não era aliado.
No início do ano, o governo estadual anunciou as medidas para “enfrentar” a maléfica crise. A promessa era demitir mais 300 servidores comissionados. Com publicação no Diário Oficial. Outros 900 deveriam ser convidados a se retirar. Naquela época, um balancete publicado no DOE confirmou a previsão: o executivo estourou o limite de gastos com o funcionalismo público em 2014. Os gastos com a folha se mantiveram bem até agosto de 2014, 46,67% da receita. Mas, incrivelmente, fechou o ano de 2014 com 49,3%. O limite é 49%. Deu para perceber que o enxugamento inicial proposto pelo governo não impediu que acabasse o ano de 2015 gastando mais: até o fim de novembro, estávamos com de 51% da receita com pessoal, segundo TCE.
No fim de janeiro, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que amargurava a derrota para governador, articulou-se para ampliar seu pode de influencia e virou líder do PSDB no Senado. Colocou-se no centro dos grandes debates do país e passou a ser a voz do maior partido de oposição. No meio do caminho, foi “acusado” várias vezes de abandonar a política local. Como estamos vendo, Cunha Lima ampliou sim sua margem de projeção, é solicitado como voz forte, mas tem uma tarefa: manter os tucanos fortes em campina e tentar se reerguer na capital.
Para finalizar essa parte da retrospectiva, vale lembrar que três dias depois da posse, em 04 de fevereiro, a bancada federa paraibana fez a primeira reunião. Queria cobrar da presidente Dilma um ramal da ferrovia Transnordestina na PB, a reforma do Porto de Cabedelo e do Aeroporto, a duplicação da BR-230 até Cajazeiras, ações contra a estiagem e a preocupação com crise hídrica. A bancada queria mais empenho do governo federal na conclusão das obras de Transposição do Rio São Francisco. Apesar da tentativa de unir o grupo, vimos que pouca coisa avançou.
Defesa
Ex-aliado de RC, o vereador Bira assumiu a defesa do prefeito Luciano Cartaxo, que foi criticado pelo governador nas últimas entrevistas. “Esses ataques não passam de dor de cotovelo. É apenas a sofrência política, porque nunca se investiu tanto na cidade quanto agora na administração de Cartaxo”, disse Bira.
Salão
O 23ª Salão de Artesanato da PB será aberto dia 15 janeiro, no Espaço Cultural O tema do evento será “O algodão colorido é nosso”. 400 artesãos vão expor até dia 31.
Algodão
A gestora do Programa de Artesanato da PB (PAP), Lu Maia, disse que a intenção é incentivar cada vez mais o cultivo do algodão colorido.
Medalha
A Câmara de Itabaiana criou a Medalha dos Direitos Humanos Agassiz Almeida. O ex-deputado abraçou a causa e, segundo ao autor da proposta, vereador Ronaldo Gomes, desafiou o coronelismo na região do Cariri paraibano e os latifundiários do NE.
Reforma
O vereador lembra que em Itabaiana, o ex-deputado implantou projeto de reforma agrária de Alagamar e ao lado de Dom Hélder Câmara, Dom José Maria Pires e outros. O projeto da honraria foi sancionado pelo prefeito, Antônio Carlos.
Reprovar
Em Caaporã e Pedras de Fogo, a oposição vai se rebelar nas câmaras de vereadores. Estão insatisfeitos com os prefeitos e a ideia é reprovar as contas dos gestores.
Sanção
O deputado estadual Anísio Maia (PT) destacou dois projetos de lei apresentados por ele e sancionados pelo governo.
Prejuízo
Um deles prevê multa aos estabelecimentos bancários e financeiros, quando registradas ocorrências criminosas que causem algum dano aos usuários ou vizinhos destes estabelecimentos.
Reuso
A outra lei obriga a instalação de equipamentos para reuso de água em estabelecimentos de lavagem de veículos, os “lava jatos”.
Jornal da Paraíba