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Relator da reforma tributária quer recriar CPMF para financiar Previdência

Segundo Hauly, recriação da CPMF possibilitará transferência da tributação dos itens de consumo

Relator da reforma tributária quer recriar CPMF para financiar Previdência

luiz-carlos-haulyRelator da comissão especial criada na Câmara para elaborar o projeto de reforma tributária, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) vai propor a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a Previdência Social. A ideia é que a arrecadação do tributo possa compensar a redução nas alíquotas de impostos sobre o consumo, como o cobrado sobre a produção industrial, o que incide sobre circulação de mercadorias e serviços e o sobre serviços cobrado pelas prefeituras.

Segundo Hauly, a recriação da CPMF possibilitará a transferência da tributação dos itens de consumo – que representam 57% do total da arrecadação – para a renda ou propriedade. A alíquota do imposto ainda não foi definida pelo relator. O percentual, que deverá ser baixo, será definido de acordo com a necessidade para compensar o corte nas taxações de impostos que incidem sobre todos os principais produtos de consumo direto.

Pela proposta de Hauly, segmentos da economia que hoje não pagam impostos passariam a contribuir com a CPMF. Entre os setores isentos de contribuições estão entidades filantrópicas, os organizações sociais de interesse público (Oscip) e segmentos do setor privado que atualmente são beneficiadas com  legislações específicas que isenta de taxações.

Receita estadual

Pela proposta do deputado, seriam criadas 27 super-receitas estaduais. Estas entidades, segundo o parlamentar, atuariam em acordo com a Receita Federal. As estruturas estaduais seriam regidas por uma lei única nacional para evitar a criação de legislações estaduais que permitam a concessão se isenções específicas, origem da guerra fiscal entre Estados. “Esta fórmula vai impedir definitivamente que cada ente da federação crie sua própria política fiscal”, disse Hauly.

Outra ideia que o deputado pretende incluir no texto da reforma tributária é a criação do Imposto sobre valor Agregado(IVA). O tributo poderia reunir em um só instrumento legal a cobrança dos impostos sobre o consumo. O IVA é ideia antiga em discussão no Congresso, mas nunca passou das propostas iniciais.

O deputado acredita que, agora, pode negociar com os governadores e as lideranças na Câmara. A previsão é que a carga tributária permaneça no mesmo nível atual (35%) e as alíquotas ou formas de cobrança dos impostos sejam distribuídas entre outras áreas ou segmentos da economia.

A comissão para definir o texto de reforma tributária que irá ao plenário deverá apresentar seu relatório já em novembro. O ideal para o governo é que a nova estrutura tributária comece a vigorar em 2017. Para isso, a matéria precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até dezembro e que a nova legislação seja sancionada ainda este ano para atender ao princípio da anualidade e começar a vigorar em janeiro.

Fonte: Congresso em Foco