Seu pai lhe nasceu Cícero de Lucena Filho, natural de São José de Piranhas, a pouco mais de 470 km de João Pessoa. Cícero nasceu numa data que o aproxima da sua relação com a cidade, 5 de agosto, dia da fundação de João Pessoa, à época Cidade Real de Nossa Senhora das Neves.
Leonino, a quem interessar possa, completou 63 anos em agosto último. Começou a vida profissional como empresário do ramo da construção civil.
Casado com Lauremília Lucena, ex-vice-governadora do estado. Pai de Janine e Emerson Lucena e avô de quatro netos. Se declara pardo e é católico.
Adotou em 2020 um visual mais jovem, os óculos, por exemplo, viraram assunto. Alguns até encomendaram um modelo semelhante ao do candidato para desfilar pelas ruas de João Pessoa. O ex-prefeito também provoca comentários relacionados à sua postura “debochada” nos debates que tornaram o sorriso irônico uma característica.
Carreira política
Sobrinho do ex-senador Humberto Lucena, Cícero teve a vida política encaminhada, iniciou sua carreira em 1990, quando foi escolhido para concorrer como vice-governador pelo PMDB com Ronaldo Cunha Lima como candidato.
Em 1994, com o afastamento de Cunha Lima para concorrer ao Senado, Cícero Lucena se tornou o governador mais jovem a assumir o estado, com 37 anos.
Sua história com a prefeitura de João Pessoa começou em 1996, quando se elegeu no segundo turno com pouco mais de 55% dos votos, derrotando Lúcia Braga. Foi reeleito em 2000, já no primeiro turno, vencendo Luiz Couto, com mais de 74% dos votos.
Mudou de partido em 2001, quando ingressou no PSDB, partido pelo qual viria a ser senador entre 2007 e 2015.
Cícero teve que recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para poder se candidatar ao Senado nas eleições de 2006, mas mesmo após os escândalos da Operação Confraria, foi eleito na disputa com o então senador Ney Suassuna. Com a diferença de votos ficando em mais de 75 mil.
Sua primeira derrota nas urnas veio em 2012, quando tentou voltar à prefeitura. Cícero até venceu o primeiro turno, mas perdeu para Luciano Cartaxo no segundo, com uma ampla diferença de votos. Ele teve apenas 21,87% dos votos válidos.
Ficou de fora do protagonismo político no estado por alguns anos, retornando a cena em 2020. Às vésperas de entrar na disputa pela Prefeitura da capital novamente, Cícero deixou o PSDB e ingressou no Progressistas.
Página virada – Operação Confraria
Cícero sofreu um duro golpe em julho de 2005, quando foi expedida uma ordem de prisão pela Polícia Federal, acusado de chefiar uma quadrilha que desviava verbas da Prefeitura de João Pessoa. Na época, ele ocupava o cargo de secretário estadual de planejamento do governo de Cássio Cunha Lima.
O então secretário se apresentou voluntariamente à Policia Federal, obtendo habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça no mesmo dia, que considerava não haver indícios suficientes de crime que motivassem a prisão.
Além do desvio de verbas, a operação investigou um suposto esquema de licitações irregulares na PMJP, em obras que recebiam repasses do orçamento do Governo Federal.
O nome Confraria foi uma referência ao que a Polícia Federal viu como um esquema entre amigos.
Em novembro de 2019, Cícero foi inocentado na Operação Confraria pelo Tribunal Regional Federal (TRF), 15 anos após o início das investigações.
Desejo de dar a volta por cima
“A vida é uma roda gigante, às vezes você está embaixo, mas tem a certeza de voltar para cima. Agora é olhar para frente. Eu resgatei a verdade da minha história e da minha vida. Foi um aprendizado”, essas foram algumas das primeiras palavras de Cícero após a decisão do TRF.
A forma que Cícero encontrou de voltar a subir nessa roda gigante da vida foi a candidatura à prefeitura de João Pessoa. Com o apoio do governador João Azevêdo e uma coligação ampla, Cícero saiu na frente no primeiro turno, com mais de 75 mil votos, correspondentes a 20.72% dos votos válidos.
Agora candidato do Progressistas, o político que rumou da região geográfica de Cajazeiras para João Pessoa quer escrever mais um capítulo de sucesso na sua história política.
Fonte: Samuel de Brito
Créditos: Samuel de Brito/Polêmica Paraíba