O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta segunda-feira que o futuro governo Jair Bolsonaro faça a reforma da Previdência de uma vez só, e não “fatiada” por setores, para evitar perder seu capital político sem concluir a votação toda. “[Se] Fizer em três, quatro etapas, você vai fazer a primeira e vai deixar de fazer as outras”, afirmou.
“Na minha avaliação, o correto é votar uma reforma. Uma nova [ou] a que está colocada [do presidente Michel Temer]. Fatiar a reforma vai tirando força do governo para votar os temas que vem em seguida”, disse Maia, em entrevista a um programa de rádio lançado numa parceria entre a TV Câmara e a Câmara municipal de Salvador nesta segunda-feira.
Para o presidente da Câmara, é preciso fazer um pacto com prefeitos e governadores de apoio à reforma, que dará condições para o governo federal discutir o pacto federativo e aumentar a distribuição de recursos para os Estados e municípios. “Tem que pactuar o que vai ser aprovado, fazer um pacto com os prefeitos e os governadores”, disse.
Após se reunir com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), Maia destacou que a previdência é um problema de todos os partidos. “Ele [o governador] mostrou como cresce o déficit da previdência aqui [na Bahia]. Dobra a cada quatro anos. Você perde R$ 8 bilhões por ano que poderia estar investindo em outras prioridades do governo”, afirmou.
Ele ainda afirmou que tem grande expectativa sobre o governo Bolsonaro, pela “vitória contundente com agenda de reformas, de mudanças, remodelagem do pacto federativo”, e o papel do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. “A expectativa é grande para que a gente possa, de fato, votar as mudanças que o Brasil espera”, declarou.
Maia tem trabalhado, nos bastidores, para se reeleger presidente da Câmara dia 1º de fevereiro, mas evitou o assunto e afirmou que não existe favorito neste tipo de eleição. “Hoje tenho meu voto, se eu resolver ser candidato. A partir daí vamos construir com os outros”, disse, ressaltando que a Câmara deve respeitar a agenda da maioria e do governo, garantindo à oposição o direito de expressar seu ponto de vista no plenário.
Fonte: Valor Econômico
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