O PC do B tirou do ar nesta segunda-feira (6) a campanha de financiamento online para a pré-campanha de Manuela D’Ávila, e os R$ 45 mil arrecadados nos últimos meses serão usados agora para a campanha do PT ao Palácio do Planalto.
Manuela saiu da disputa pela Presidência após acordo no domingo (5) entre os dois partidos, mas até as 20h desta segunda, a deputada estadual não havia falado diretamente sobre a desistência nas redes sociais.
Por volta das 15h, ela postou apenas uma foto sua com Lula junto a um trecho do poema “Mãos Dadas”, de Carlos Drummond de Andrade.
Mais tarde, respondeu a um tuíte do crítico gastronômico conhecido como JB que disse que votaria numa chapa Haddad/Manuela para poder cozinhar no Planalto. “Pode ser no Jaburu?”, respondeu Manuela, referindo-se à residência oficial do vice-presidente.
A assessoria de Manuela afirmou que ela “será a vice de qualquer maneira” na chapa com o PT. A reportagem, contudo, apurou que o PC do B está cético sobre o papel de Manuela na campanha.
O PT anunciou no domingo o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice de Lula.
Segundo interlocutores do PT, o acordo fechado com o PC do B prevê que Manuela aguarde a definição da justiça sobre a candidatura de Lula para assumir a vaga de vice na chapa. Enquanto isso, é Haddad quem ocupa o posto.
Com a condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Publicamente, o PT já começou a afagar Manuela, mas não esclarece qual será seu papel.
Haddad publicou uma mensagem dizendo que se reunirá com Manuela nesta terça (7) e que a deputada estará com ele “o tempo todo” a partir de agora. Ela também deve visitar o ex-presidente na prisão na quinta (9).
Sobre os R$ 45.021,65 arrecadados entre os eleitores de Manuela, a assessoria disse que serão usados agora para despesas da deputada em sua campanha como vice.
A utilização da verba dessa forma, porém, é passível de questionamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral, já que a vaquinha do PC do B tinha como objetivo a pré-campanha e, portanto, não seguia regras de arrecadação para uso durante a campanha, como contratar empresa autorizada pelo TSE.
Fonte: Folha de São Paulo
Créditos: Folha de São Paulo