Definindo rumos

PT quer resgatar aliança entre "capital e trabalho" e reestruturar conversas com Centrão

Ex-presidente Lula relembrou aliança com empresário José Alencar na primeira vitória e falou em diálogo com mercado e conservadores

Após o discurso na tarde de ontem (10), o ex-presidente Lula lançou as bases do seu discurso e da estratégia para sua provável candidatura a presidente em 2022, é o que avalia o Partido dos Trabalhadores (PT). Para o partido, Lula evidenciou que a ideia é ir além da esquerda e acenar ao Centro, semelhante ao que foi feito na eleição vitoriosa de 2002. Na fala, Lula disse que não se pode falar em frente ampla apenas com a esquerda, citou seu vice-presidente, o empresário José Alencar, símbolo do que considerou uma aliança entre capital e trabalho, e afirmou que é necessário “dialogar com setores conservadores”, avaliando que não há motivo para ter medo dele. No início do mês, ventilou-se uma possível sondagem do partido a empresária Luiza Trajano, dona da rede Magazine Luiza.

Além de empresários, um dos principais pontos do discurso que o partido pretende pôr em prática daqui em diante é abrir diálogo com políticos do Centrão, especialmente os que já integram a base aliada de Bolsonaro e que já foram base dos governos Lula e Dilma Rousseff. Membros do partido relataram à CNN que o ex-presidente recebeu ligações de integrantes de diversos partidos deste campo político e as publicações do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foram saudados como sinais de que há espaço para avançar neste campo.

Embora a cúpula do partido diga que ainda está processando as informações das últimas 48 horas, a análise é a de que o projeto que estava em curso, de lançar Fernando Haddad candidato em 2022, será revisto com a reviravolta dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O próprio Lula deverá assumir as articulações diretas para o ano que vem.

No discurso, a avaliação é que Lula “virou a chave” dos processos que o condenaram para fazer uma fala mais voltada “para a frente do que para trás”, focando na gestão da pandemia no país e seu impacto na economia brasileira. A comparação foi com o discurso que ele fez quando deixou a prisão no dia 8 de novembro de 2019. Na ocasião, centrou sua fala nas críticas à Lava Jato.

Fonte: Polêmica Paraíba e CNN
Créditos: Polêmica Paraíba