Sigam-me os bons? A largada tumultuada do governo inflou divergências existentes na base do presidente, especialmente no seu partido, o PSL. Antes mesmo do início da nova legislatura, deputados eleitos pela sigla discutem a fundação de um movimento composto só por quadros que consideram de direita legítima. As conversas incluem projeções de, no médio prazo, levar os nomes ideológicos para outra agremiação, deixando a ala vista como menos preparada na legenda pela qual Jair Bolsonaro se elegeu.
Estrela guia Eduardo Bolsonaro, filho do presidente que foi o deputado federal mais votado do país, é figura central do projeto. É com base na sua posição fortemente ideológica que integrantes do PSL criticam colegas considerados midiáticos, sem real aspiração intelectual ou política.
Meu guri Parlamentares eleitos pelo PSL costumam se referir a esses futuros companheiros de bancada como deputados que terão “um mandato só”. Dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro é o que mais exibe interesse intelectual e o mais próximo do escritor Olavo de Carvalho.
Estudiosos Parte dos integrantes do PSL que defendem essa diferenciação entre os apoiadores do presidente foi até a Virgínia (EUA), neste mês, participar de um curso oferecido por Olavo de Carvalho. Eduardo estava entre eles.
Meta O que se busca, dizem pessoas que participaram da comitiva, é reunir um grupo que tenha “clareza ideológica”, de tal forma que iniciativas como a dos deputados que foram à China às custas do governo comunista não se repitam.
Ligue os pontos As fissuras na base do presidente não se restringem aos puristas do PSL. Integrantes do MBL têm sido críticos nas redes sociais com erros do governo. No Planalto, militares passaram a fazer reparos públicos a outros integrantes do Executivo.
Deu ruim Dirigentes do PSL começaram a duvidar da capacidade de Flávio Bolsonaro e do ex-motorista dele, Fabrício Queiroz, de encontrar explicação plausível para suas movimentações financeiras.
Sem álibi Esses dirigentes acham que o ministro Sergio Moro (Justiça) não poderá se esquivar de falar sobre o andamento das investigações.
Para depois Depois de Jair Bolsonaro afirmar que pretende discutir com o Congresso a flexibilização do porte de armas, integrantes da base do governo indicaram ao Planalto que não têm pressa para levar a proposta adiante.
Vida real Até parlamentares favoráveis à medida dizem agora que o porte de armas não é uma pauta crucial para o Brasil. A reação tem um motivo: depois do decreto que facilitou a posse de armas, vereadores e prefeitos encheram os celulares de parlamentares eleitos com mensagens dizendo que o povo não quer bangue-bangue nas ruas.
Formiguinha Além de tentar reverter a posição do próprio partido de se opor à reeleição de Maia como presidente da Câmara, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), age para convencer outros pré-candidatos ao posto a abdicar da disputa.
Passa ou repassa Aliados de Terra começaram a levantar todos os contratos firmados pela antiga pasta de Esportes, que foi incorporada ao Ministério da Cidadania. O pente-fino já identificou contratos que não serão renovados.
TIROTEIO
Taíse é uma disparadora de WhatsApp muito bem paga. Espalhar fake news gera emprego público no governo Bolsonaro
Do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), sobre o Planalto ter contratado funcionária de empresa que fez disparos para a campanha do presidente.
Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Coluna Painel