As direções do PSDB e do MDB deram início na última quarta-feira (02) às discussões para a formação de uma federação partidária que reúna as duas legendas. A chance de a união vingar, porém, é considerada remota em ambas as siglas por causa das diferenças regionais, que teriam que ser resolvidas em dois meses.
Os dois partidos possuem pré-candidatos à Presidência da República e para a união dar certo um dos dois teria que se retirar da disputa. Os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do MDB, Baleia Rossi, confirmaram a abertura das conversas nesta quarta-feira.
Rossi fez questão de frisar que precisará consultar os estados antes de dar prosseguimentos às negociações. “Tive hoje uma conversa inicial sobre formar uma federação com o PSDB. Preciso ouvir as bancadas e os diretórios estaduais. No MDB, todas as decisões precisam ser tomadas de forma amplamente democrática”, postou nas redes sociais o medebista.
Dentro do MDB, a possibilidade de o acordo com o PSDB vingar é vista com ceticismo. Historicamente, o partido enfrenta divisões regionais. Os diretórios do Nordeste, por exemplo, são alinhados com o PT.
Nesta semana, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (AL) se reuniu com Lula em São Paulo e defendeu que a legenda apoie o petista na eleição deste ano se não tiver um candidato competitivo.
Em dezembro, o MDB lançou a pré-candidatura da senadora Simonte Tebet (MS) à Presidência da República. Ela, porém, patina nas pesquisas de intenção de voto. Em São Paulo, o partido faz parte do governo João Doria (PSDB), pré-candidato tucano a presidente.
Lideranças tucanas também consideram que os entraves regionais tornam o acordo muito difícil. Dentro do PSDB, a avaliação é que o interesse maior de um eventual acordo é do grupo de Doria, que tenta dar musculatura para a sua candidatura presidencial.
Para ter validade, as federações precisam ser viabilizadas até o início de abril, seis meses antes das eleições. Os partidos ainda tentam dilatar o prazo, mas o assunto será julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
As siglas que formarem a federação terão que atuar juntas por quatro anos e em todas as eleições, inclusive as municipais de 2024. Políticos avaliam que é difícil tratar de alianças com tanta antecedência, o que pode ser um entrave para negociações do tipo.
Fonte: IG
Créditos: Polêmica Paraíba