Cidades brasileiras registraram nesta quinta-feira (30) protestos em defesa da educação. Até por volta de 12h30, ao menos 54 cidades de 18 estados e do Distrito Federal haviam tido manifestações, todas pacíficas.
Este é o segundo dia de protestos unificados pelo país contra os cortes anunciados pelo governo federal para o setor. Em algumas cidades, como Caruaru (PE), São Carlos (SP) e Teresina (PI), houve paralisação com adesão de professores em instituições federais de ensino, que ficaram sem parte das aulas.
Os primeiros atos pela educação no governo de Jair Bolsonaro ocorreram em 15 de maio, quando ao menos 222 cidades dos 26 estados e do Distrito Federal tiveram protestos. Nesta quinta-feira, parte dos manifestantes também protestava contra a reforma da Previdência.
No último domingo (26), em uma onda de protestos que ganhou força após os primeiros atos pela educação, manifestantes foram às ruas em defesa de Jair Bolsonaro. Os atos pró-governo federal e por medidas como a reforma da Previdência e a ministerial se espalharam por ao menos 156 cidades de todas as unidades da federação.
Entenda os cortes na educação
Em decreto de março que bloqueou R$ 29 bilhões do Orçamento 2019, o governo federal contingenciou R$ 5,1 bilhões da educação
Dos R$ 5,8 bilhões cortados, R$ 1,704 bilhão recai sobre o ensino superior federal
Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado
Os cortes e a suspensão motivaram os protestos de 15 de maio
Após os atos, o governo disse que liberaria mais recursos para a educação, mas manteve o corte anunciado em março
Nesta quinta, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos recomendou que o governo reveja os bloqueios
Os atos pelos país
São Paulo
No interior de São Paulo, o protesto em Ribeirão Preto ocorreu em frente ao campus da USP e durou duas horas. Manifestantes distribuíram panfletos e exibiram cartazes e faixas com frases como “Sem investimento não haverá conhecimento” e “A educação resiste”. Houve bloqueio de uma via na entrada da instituição, o que deixou o trânsito lento perto da universidade.
Em Santos, petroleiros fizeram ato em apoio aos estudantes e em defesa das refinarias, contra a privatização e a Reforma da Previdência
Em Araraquara, um grupo de estudantes protestou na portaria do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Eles permitiram a entrada de funcionários terceirizados e alunos que desenvolvem algum tipo de pesquisa científica.
Em São Carlos, estudantes, professores e servidores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) saíram em passeata direção ao Centro da cidade. Houve paralisação na UFScar, segundo a associação de professores, mas a assessoria de imprensa da universidade informou que a adesão é uma decisão pessoal e que a instituição funciona normalmente.
Em Tupã, estudantes e moradores participaram de uma mobilização na frente do campus do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Pais e professores também se juntaram ao ato, numa aula aberta que começou por volta de 7h30.
Distrito Federal
Em Brasília, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 10h na praça do Museu Nacional da República. Além da pauta da educação, eles protestam contra a reforma da Previdência e contra medidas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O Eixo Monumental chegou a ficar bloqueado por volta de 12h15 no sentido Praça dos Três Poderes.
Bahia
Na Bahia, professores e estudantes fizeram ato nesta manhã ato no Centro de Salvador. A concentração começou por volta das 9h, no Largo do Campo Grande. Também houve protesto em Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros da capital baiana.
Pernambuco
Em Caruaru, no Agreste pernambucano, o ato pela educação também incluiu a pauta contra a reforma da Previdência. Professores, alunos e representantes de partidos e associações participaram do movimento e saíram em caminhada pelas principais ruas do Centro segurando cartazes e gritando palavras de ordem.
O campus de Caruaru do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) aprovou a paralisação das aulas nesta quinta. No campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), cada professor irá decidir se dará aula ou não.
Piauí
Em Teresina, um grupo de manifestantes se reuniu na Praça da Liberdade, no Centro de capital piauiense, e saiu em passeata pelas ruas. Professores da Universidade Federal do Piauí informaram que aderiram à greve, e há a previsão de que algumas aulas sejam suspensas nesta quinta.
Maranhão
Em São Luís, estudantes distribuíram panfletos na Avenida dos Portugueses informando aos motoristas sobre os objetivos do ato e bloquearam acessos na entrada e na saída da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Sergipe
Em Sergipe, um grupo de estudantes fechou o principal acesso do campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS) no município de São Cristóvão (SE). As audiências no Fórum Prof. Gonçalo Rollemberg Leite, localizado dentro do campus, foram suspensas porque os magistrados, servidores, advogados e os jurisdicionados foram impedidos de entrar na unidade.
Ceará
No Ceará, até por volta de 10h30, ao menos cinco cidades do interior tiveram atos pela educação. Manifestantes protestaram em Iguatu, Itapipoca, Itarema, Barbalha e Quixadá.
Paraná
No Paraná, um grupo de alunos, professores e funcionários da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em Cascavel participaram de ato.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, manifestantes se reuniram em Rondonópolis e Tangará da Serra, cidades a 218 e 242 km de Cuiabá, respectivamente.
Pará
No Pará, houve paralisações de docentes, alunos e técnicos em ao menos quatro cidades. Em Belém, estão suspensas as aulas na UFPA, UFRA e IFPA. Os portões da UFPA em Altamira, em Tucuruí e na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá, também fecharam.
Santa Catarina
Em Camboriú, no Litoral Norte catarinense, um grupo fez cartazes no pátio e na entrada do Instituto Federal Catarinense (IFC) nesta manhã. A concentração começou por volta das 9h.
Em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os estudantes se organizavam nesta manhã em unidades acadêmicas pintando faixas e cartazes.
Amapá
Em Macapá, um grupo formado por professores e estudantes e professores fez ato na portaria do campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
Paraíba
Na Paraíba, grupos de estudantes e professores de universidades e institutos federais fizeram atos em Sousa e João Pessoa. Além da pauta da educação, eles também protestaram contra a reforma da Previdência. Em Souza, o grupo montou tendas no Calçadão, no Centro da cidade, para conversar com as pessoas sobre a Previdência. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no campus de João Pessoa, houve uma panfletagem e caminhada de estudantes e professores. Não houve aula na instituição de manhã.
Acre
No Acre, centrais sindicais se reuniram no Centro de Rio Branco em um ato que, além de protestar contra os cortes na educação, criticava a reforma da Previdência.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, houve atos em cidades como Pelotas, Santa Rosa, Santa Maria, Rio Grande Lajeado e Venâncio Aires.
Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, estudantes, professores e indígenas fazem atos na capital, Campo Grande, e em municípios como Amambai, Anastácio e Dourados.
Alagoas
Em Alagoas, estudantes, professores e trabalhadores protestaram na cidade de Arapiraca nesta manhã.
Fonte: G1
Créditos: G1