O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, passou o fim de semana discutindo com assessores a estratégia política e jurídica após as novas revelações sobre movimentações atípicas detectadas pelo Coaf.
Diante do que foi discutido, a defesa de Flávio se dará em duas frentes: comunicação e Justiça.
No STF, se o ministro Marco Aurélio, relator do caso, negar o pedido de Flávio Bolsonaro para suspender o caso – como já indicou ao blog – a defesa do senador eleito pode recorrer à Primeira Turma da Corte.
Assim, o pedido de Flávio seria analisado por um colegiado. O blog procurou o ministro Marco Aurelio, que disse que, se o senador recorrer, neste cenário, ele deve levar o agravo à Turma o mais rápido possível para “liquidar o assunto”.
O advogado do senador eleito, Hugo Mendes, disse que “questões sobre a questão”, ou seja, o caso Coaf, são “conferidas pela assessoria de imprensa”.
Embora o ministro Marco Aurélio tenha dito publicamente que envia para o “lixo” reclamações como as de Flávio Bolsonaro, ele já votou a favor de um dos argumentos do senador eleito: o de que o MP precisa pedir aval da Justiça para usar dados do Coaf em investigação.
Pelo menos duas vezes entre 2017 e 2018, a Primeira turma já decidiu que o MP pode usar dados do Coaf sem pedir autorização judicial, mas Marco Aurélio foi o único vencido. Ou seja, a questão sobre ter ou não foro privilegiado não é a única em discussão.
Comunicação
Em meio à crise, Flávio Bolsonaro também se dedica a uma estratégia de comunicação. Amigos do senador eleito sondaram o jornalista e consultor de crises Mario Rosa para saber se ele estaria à disposição para ajudar o parlamentar, caso necessário. Mario, que atende outros políticos com problemas há décadas em Brasília, disse que sim. Mas não houve, após este contato, retorno direto do senador.
O blog procurou Mario Rosa, que confirmou as informações.
No entanto, Mario disse que ajudou com a indicação de outro consultor de imagem, que agora ajuda o senador eleito na área de assessoria de imprensa. No final de semana, eles se reuniram, em São Paulo.
Segundo o blog apurou, um dos conselhos de assessores ao senador eleito é que ele adote um discurso para afastar a sua crise da agenda do governo, para que o Palácio do Planalto consiga priorizar a reforma da previdência.
O blog procurou o senador, que não retornou aos contatos.
Fonte: G1
Créditos: G1