O presidente afastado da Câmara de Vereadores do Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa, Naldo Cell (PT), vai prestar queixa na delegacia da cidade na manhã desta segunda-feira (14). Ele diz ter sido vítima de um atentado. Durante a madrugada, ressalta, seis tiros foram disparados contra o portão da casa onde mora com a mãe e o padrasto. Dois deles atingiram o carro. Ninguém ficou ferido. “Não tenho inimigos. Certamente, tem alguém querendo me intimidar”, ressalta o parlamentar, que foi afastado do cargo na semana passada. Entre as acusações que pesam contra o ele, está o fato de ter contratado uma empresa que pertence à mãe para prestar serviços na Câmara de Vereadores.
Naldo Cell disse que os policiais encontraram seis cápsulas de balas deflagradas contra a casa dele. “Vou pedir segurança pessoal ao secretário de Segurança, Cláudio Lima”, disse. Apesar de dizer que estão tentando intimidá-lo, o parlamentar alega que o processo contra ele é legítimo. Ele assegura, no entanto, ter como provar que as acusações são infundadas. O pedido de afastamento do presidente foi protocolado pelo vereador Malbatahan Pinto Filgueiras Neto (SD) e acatado por oito dos dez votos possíveis. O dirigente afastado é acusado pelos colegas de direcionamento de licitações, contratação de servidores fantasmas, nepotismo e superfaturamento. Dizem ainda que ele não vinha prestando contas.
O vereador deverá apresentar a sua defesa nesta segunda-feira, à tarde. Com o afastamento, o comando da Casa foi assumido pelo vice-presidente, Irmão Cacá (PMDB). Uma comissão processante foi formada para conduzir as investigações, que deverão ocorrer ao longo dos próximos 20 dias. Os membros escolhidos para a comissão foram Fernando Antônio Neves de Araújo (PTdoB), no cargo de presidente; Luzimar Nunes de Oliveira (PSDC), para vogal, e Adriano Ferreira dos Santos (PRTB), na condição de membro. Desde que assumiu o comando da Casa, as acusações contra Naldo Cell vêm se acumulado. Ele é acusado, por exemplo, de superfaturamento.
O autor da denúncia, Malvatahan alegou que precisou recorrer aos dados do Sistema de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade (Sagres), do Tribunal de Contas, para ter acesso aos contratos firmados pela Casa. “Os dados referentes às contas do Legislativo são mantidos a sete chaves”, ressaltou. Os parlamentares deixaram claro, no entanto, que a comissão processante não tem a missão de cassar o mandato do presidente, mas de afastá-lo do comando da Mesa Diretora. Naldo Cell terá cinco dias a partir da instalação da comissão para apresentar defesa. Ao cabo dos 20 dias de duração dos trabalhos, o grupo deverá apresentar parecer pela procedência ou improcedência da denúncia.
Fonte: Jornal da Paraíba