Os nomes que políticos utilizam em suas atribuições diárias é parte crucial de suas identidades e também do debate público nacional. Além de criar uma aproximação com as pessoas, e principalmente com os eleitores no período das eleições, esses nomes carregam histórias, às vezes, pouco conhecidas. É como ocorre com os artistas.
Na Paraíba, assim como Brasil, alguns nomes adotados por políticos do estado caíram no gosto popular, contribuindo inclusive para perfomances do marketing eleitoral. O fenômeno ocorre em câmaras municipais, onde o apelo popular é maior, mas também na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) e em prefeituras do estado.
Em alguns casos, há apenas adaptações do nome original para um mais “palatável”, enquanto em outros os nomes adotados no debate eleitoral são totalmente diferentes do que está registrado na certidão de nascimento dos políticos paraibanos. Mesmo que a campanha eleitoral tenha passado, o assunto gera curiosidade.
Na Câmara Municipal de João Pessoa, dois exemplos são o vereador Mikika Leitão (MDB), que apesar de conhecido por esse apelido, tem no registro de nascimento o nome Ives Rocha Leitão, e o vereador Zezinho do Botafogo (PSB), cujo nome verdadeiro é José Freire da Costa. O apelido vem do fato dele ter sido presidente do time profissional da Paraíba.
Na avaliação do advogado eleitoralista e cientista político Ricardo Sérvulo, trata-se de uma fórmula legítima e inteligente que políticos utilizam para se aproximar dos eleitores e da população. “Isso, ao meu sentir, é a essência da democracia. É você colocar a essência acima da forma, aproximar-se da realidade, o lado lógico da vida. Se o sujeito é conhecido pelo apelido, isso é natural”, disse. (OUÇA ABAIXO).
Na Assembleia, os casos se repetem: conhecido como Branco Mendes, o deputado do Republicanos tem no registro de nascimento o nome de Athaide Mendes. O deputado Chió (Rede), por sua vez, chama-se Melchior Naelson, enquanto Galego Souza (PP) tem no registro de nascimento o nome de Jaci Severino Souza. Outros apelidos têm uma lógica mais parecida com o nome de nascimento, como é o caso de Tião Gomes (PSB), nascido como Sebastião Gomes.
Alguns nomes tiveram uma pequena adaptação, como é o caso do deputado federal Julian Lemos, não reeleito na última corrida eleitoral, que tem como nome civil Gulliem Charles Bezerra Lemos, enquanto o ex-deputado Buba Germano, Rubens Germano Costa, adotou o apelido em sua vida pública.
Há situações mais inusitadas, como é o caso do ex-prefeito de Nova Floresta, João Elias da Silveira, conhecido em sua terra como “Meu Louro” e tendo exercido dois mandatos consecutivos, na cidade, utilizando o apelido popular no município do curimataú.
O advogado Ricardo Sérvulo lembrou que não há qualquer impedimento legal para a utilização pública de um nome que eventualmente seja diferente do que está registrado em cartório. “Qual é a essência dessas utilizações? Uma aproximação com o povo. Longe de ser um apego ao rigor da identidade civil, é uma aproximação ao que se propõe o pensamento democrático e a conexão com o sentimento e à vontade do povo a quem ele quer eleger”, disse.
(Confira abaixo uma lista de nomes de políticos da Paraíba que, no registro de nascimento, diferem do nome adotado para o público)
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba