Presidentes de Brasil e EUA se comprometeram em criar um Grupo de Alto Nível para o desenvolvimento de vacinas e produtos terapêuticos em conjunto pelos dois países
A presidente Dilma Rousseff telefonou nesta sexta-feira para seu colega americano, Barack Obama, para discutir maneiras de aprofundar a colaboração no combate ao zika vírus e no desenvolvimento de uma vacina. Segundo a Casa Branca, ambos discutiram suas preocupações sobre o avanço da doença no continente.
“Os líderes concordaram com a importância de esforços de colaboração para aprofundar nosso conhecimento, avançar em pesquisa e acelerar o trabalho para desenvolver melhores vacinas e outras tecnologias para controlar o vírus”, diz nota do governo americano.
O vírus, que já se espalhou por ao menos 24 países do continente, foi ligado a microcefalia em bebês. No Brasil, há 3.448 mil casos suspeitos sob investigação pelo Ministério da Saúde – segundo o órgão, já são 270 ocorrências confirmadas da má-formação.
De acordo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência brasileira, Dilma e Obama se comprometeram em criar um Grupo de Alto Nível entre Brasil e Estados Unidos para desenvolver vacinas e produtos terapêuticos, que terá como base a cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) para pesquisa e produção de vacina contra a dengue.
Estão previstos novos contatos entre o Departamento de Saúde americano e o ministro da Saúde brasileiro para aprofundar a cooperação, segundo a Secretaria de Comunicação Social.
O avanço do zika vírus em vários países latino-americanos e o surgimento de casos nos Estados Unidos vêm preocupando o governo americano, que já emitiu um alerta orientando mulheres grávidas a evitar viajar para locais afetados.
Na quinta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que o avanço do zika é explosivo e convocou um comitê de emergência para enfrentar o surto.
Ainda de acordo com o comunicado da Casa Branca, Dilma confirmou sua presença na reunião de cúpula sobre segurança nuclear que será realizada em Washington em 31 de março e 1º de abril.
Desenvolvimento de vacina
Nesta semana, cientistas americanos afirmaram à BBC que pode levar uma década até que a vacina desenvolvida por eles esteja disponível ao público.
Nos EUA, a busca pela vacina está sendo liderada por pesquisadores da Universidade do Texas, que visitaram o Brasil para pesquisar e coletar amostras.
Segundo eles, ainda que possam desenvolver uma vacina para testes em até dois anos, podem ser necessários dez anos para que ela seja aprovada por órgãos reguladores.
IG