mero coadjuvante

Por que não deu certo a candidatura de João Azevedo a prefeito de João Pessoa? - Por Josival Pereira

Em João Pessoa, onze em cada dez socialistas acreditam que o governador Ricardo Coutinho pode tudo do ponto de vista da disputa eleitoral. Talvez não seja bem assim

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Em nota, o PSB oferece como explicação a mudança do cenário político nacional, com o iminente impeachment da presidente Dilma Rousseff, e a necessidade, decorrente da crise, de o do governo do Estado precisar de um técnico competente para continuar tocando as obras em andamento.
Nas análises mais rápidas, alega-se que a candidatura de João Azevedo não se firmou nas pesquisas de intenção de voto e, por isso, acabou sendo retirada.
Ambos os argumentos são simplórios e não explicam a mudança. Se a candidatura de João Azevedo tivesse bem nas pesquisas seria rifada por causa do impeachment? Evidente que não. E fica a questão que importa: por que ele não subiu nas pesquisas?
Uma razão talvez seja um fenômeno de difícil explicação na ciência política. É o da tal falta de empatia entre um determinado candidato e o eleitorado. Não tem nada a ver com as qualidades do postulante: bom, competente, bonito ou feio. Carisma é item personalíssimo. Tem ou não se tem.
Observe-se ainda, neste quesito, que não existem estudos definitivos para explicar por que um candidato consegue liga com os eleitores e outros, até mais preparados, não. Parece o caso de João.
Mas existem também razões de natureza política que podem explicar a inanição da candidatura do secretário João Azevedo.
A mais evidente delas talvez seja o fato de o governador Ricardo Coutinho concentrar as ações e iniciativas políticas de seu agrupamento totalmente em torno de sua figura.
No caso de João Pessoa, por exemplo, até agora, é o governador quem estabelece direta polarização com o prefeito Luciano Cartaxo. O secretário João Azevedo aparecia como mero coadjuvante, um pré-candidato que dependia em tudo de seu mentor.
Pesquisas têm mostrado, ao longo da história, ser plenamente possível a grandes líderes políticos elegerem afilhados sem expressão (os chamados postes). Mas não é a regra. Quase sempre é necessário que o poste escolhido tenha alguma base eleitoral ou reúna condições políticas que sirvam de plataforma para o plano de voo.
Em João Pessoa, onze em cada dez socialistas acreditam que o governador Ricardo Coutinho pode tudo do ponto de vista da disputa eleitoral. Talvez não seja bem assim.

Autor: Josival Pereira

Fonte: tambaú247
Créditos: josival pereira