Muitas vezes essas razões, no caso da política vista como arte e técnica de afirmação do poder, resultam de pura descrição matemática de um fenômeno da razão. O fenômeno da razão foi a consciência adquirida por maioria expressiva da população, através da experiência cotidiana, da vivência prática, da observação, de que é possível transformar o contexto social a partir da prática persistente da governança responsável.
O conjunto de obras, o desempenho do Estado, a presença do Governo do qual João Azevedo foi também arquiteto, engenheiro, pedreiro e gestor ao lado do líder Ricardo Coutinho e de tantas pessoas de uma equipe de valores comprovados, garantiram a vitória no primeiro turno.
Conjunto que produziu o fenômeno da razão – a confiança na política – que suplantou, junto aos paraibanos e paraibanas, os sentimentos de frustração diante do agravamento, na quase totalidade dos Estados, da crise do desemprego, da perda de referência política, da decepção com lideranças históricas denunciadas por corrupção, sentimentos que ampliaram o conservadorismo que resultou na consolidação e na vitória parcial (o segundo turno vem aí) da candidatura fascista a presidente da República.
O projeto que João representa, e por meio do qual conquistou o Governo do Estado, enfrentou a crise econômica e garantiu o emprego de muita gente. Em fevereiro deste ano, a Paraíba estava na lista dos 10 Estados brasileiros que menos perderam postos de trabalho. As soluções em saúde, da mesma forma que aconteceu com políticas para a segurança pública, educação, infraestrutura – qual a cidade paraibana que não recebeu um punhado de obras do Governo do Estado? – deram certo.
Essa circunstância histórica exitosa diferenciada da trajetória paraibana em meio ao caos produzido pelo afastamento da presidente Dilma e posse de Michel Temer levou o governador Ricardo, ao propor o nome de João Azevedo, a definir como estratégia de campanha a simplicidade da matemática.
Da aritmética, houve a percepção de que a divisão dos recursos entre os municípios, a multiplicação das obras, a subtração do atraso e a soma dos serviços prestados resultariam na consciência da positividade do Governo associada à imagem de João.
Da geometria, foi aproveitada a descrição do espaço político e a identificação de quais figuras poderiam ocupá-lo de forma a legitimar, com a aritmética, o método de abordagem da dialética micro-macro da campanha.
Conforme os cientistas políticos e filósofos nos ensinam, o método comparativo na ciência política, se tem sua origem nas formas de governo teorizadas por Aristóteles, teve em Stuart Mill, o filósofo inglês teórico da liberdade, que inundou a política no século XIX com achados de interseção relevantes com economia, lógica, filosofia e ética, seu ápice no texto “Sistema de Lógica Dedutiva e Indutiva” por ele publicado em 1843”.
Ao insistir na proposta de comparação pela população, ao nível do senso comum perceptivo, das candidaturas e do que elas representavam, o PSB uniu lógica e matemática (sem precisar usar os textos de Karl Marx sobre o cálculo diferencial), para calcular a vitória. Política, lógica, geometria e aritmética aplicadas à pedagogia política em expansão na Paraíba. Um método para construir vitórias. Método que criou uma terceira via política no Estado. Mas isso é tema para outra crônica. Até lá.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba