O deputado federal Efraim Filho (DEM), que presidiu a CPI dos Fundos de Pensão na Câmara Federal, destacou nesta segunda-feira (05) que muitos documentos juntados e adquiridos pela Comissão Parlamentar foram usados pela Polícia Federal na Operação Greenfield, que investiga desvios de recursos nos quatro maiores fundos de pensão do país.
Todos ligados a estatais. Os desvios são estimados em pelo menos R$ 8 bilhões. A operação foi desencadeada nesta segunda.
Provas que subsidiaram as operações foram produzidas pela própria CPI. Tanto o MPF como a PF requisitaram o compartilhamento das provas que nós produzimos. Porque a CPI foi o primeiro trabalho que analisou as fraudes nos fundos de pensão de forma sistemática. O que existia antigamente eram apurações isoladas que não geravam conexões. Essa rede de corrupção que acabou se descobrindo” explicou.
Não acabou em Pizza
Ao blog, o deputado disse que na peça da PF, que solicita os mandados de busca, apreensão e prisão, a CPI é mencionada 33 vezes e que o volume dos desvios apontados pela Comissão está na mesma faixa do previsto pela PF, mais de R$ 6 bilhões. Registrou ainda que os fundos investigados são os mesmos e que a ação da PF, nesta segunda, provou que essa CPI não acabou em pizza.
A relação da Operação com a CPI também foi feita hoje pelo site O Antagonista.
Os desvios nos fundos de pensão
Segundo os investigadores, os participantes do esquema superavaliavam as empresas onde o dinheiro era investido e ocultavam o risco das operações. Os critérios de aprovação dos investimentos também eram desrespeitados para possível desvio de recursos. Na lista dos fundos que tiveram dinheiro usado de maneira temerária ou fraudulenta estão Petros (Petrobrás) e do Funcef (Caixa),Previ (Banco do Brasil) e no Postalis (Correios).
Mais de 100 mandados
De acordo com a PF, os investigados podem ser indiciados por gestão temerária ou fraudulenta. Também podem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. Na operação hoje foram cumpridos 106 mandados de busca e apreensão, 34 de condução coercitiva e 7 de prisão temporária. Entre os envolvidos, dirigentes dos fundos e empresários.
Fonte: Jornal da Paraíba