A Polícia Federal (PF) desmarcou o depoimento do ex-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), que está sendo investigado com base na Lei de Segurança Nacional, após ter feito críticas direcionadas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A justifica para o cancelamento foi a ausência de um local para a realização do depoimento.
Previsto para acontecer em Brasília, o advogado de Boulos questionou se o depoimento poderia ser feito de forma virtual. A PF, no entanto, disse que uma portaria obrigava que ele fosse presencial. Brasília enfrenta um regime de lockdown.
Porém, nesta quarta-feira (28), a Polícia Federal informou que não existe uma sala disponível. Com isso, o depoimento foi adiado, sem data definida.
Entenda o caso
Boulos foi intimado na semana passada para depor no inquérito que apura se ele “ameaçou” Bolsonaro em postagem no Twitter. O comentário em questão foi feito em abril de 2020.
O comentário aconteceu após Bolsonaro participar de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, em que os manifestantes pediam intervenção militar. Na oportunidade, o presidente afirmou que “Eu sou a Constituição”. A declaração remeteu a frase atribuída a Luís 14, rei da França por 72 anos no século 17: “O Estado sou eu”.
Boulos então escreveu em seu perfil na rede social: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.
Por determinação do então ministro da Justiça, André Mendonça, a PF abriu um inquérito contra Boulos. Quando foi intimado a depor, o ex-presidenciável disse que passa por uma “perseguição política”.
Fonte: Polêmica Paraíba com Folha de S. Paulo
Créditos: Polêmica Paraíba com Folha de S. Paulo