O corregedor-nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, decidiu afastar do Poder Judiciário a ex-titular da 13ª vara de Curitiba, Gabriela Hardt, juntamente com três magistrados do Tribunal Regional Federal da quarta região (TRF-4), por desrespeitar a ordem processual, infringir o código de ética da magistratura, agir de forma parcial e desrespeitar decisões do Supremo Tribunal Federal.
Gabriela Hardt foi responsável por validar o acordo que permitiu a criação de uma fundação privada que receberia recursos da Lava Jato e contaria com membros da força-tarefa em sua gestão. O projeto foi ironicamente denominado de “fundação criança esperança” pelo ministro do STF, Gilmar Mendes.
A determinação do corregedor, já enviada aos membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), menciona que a juíza admitiu ter antecipadamente discutido decisões com membros da antiga força-tarefa, infringindo “o dever funcional de prudência, separação de poderes e o código de ética da magistratura”. Segundo a corregedoria do CNJ, Hardt aprovou a criação da fundação da Lava Jato com recursos da Petrobrás com base em “informações incompletas e informais, fornecidas até fora dos autos” pelos procuradores de Curitiba. A operação, atualmente sob investigação, está sendo comparada a um esquema de “cash back”.