Política

'Pobreza no país tem como cor predominante a negra', diz Dilma

Dilma defende que governança da internet tenha caráter global e democrático

A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta quinta-feira (19) que o país ainda deve avançar na igualdade de oportunidades entre brancos e negros e defendeu a ampliação do atual sistema de cotas nas universidades federais e no setor público.

Em discurso em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a petista afirmou que a pobreza no país sempre teve como cor predominante a negra e que a garantia de direitos iguais para as diferentes etnias será uma diretriz de seu segundo mandato.

“Tanto as cotas nas universidades como para os servidores público fazem parte de um processo que não pode parar. Nós não somos iguais uns ao outros fisicamente, mas é exigido de um governo federal que promova a igualdade de oportunidades”, disse.

Para ela, é necessário resgatar no país a “dívida social” dos anos de escravidão e privilegiar “aqueles que permaneceram apartados e desconsiderados na divisão dos frutos da riqueza e do desenvolvimento”.

A presidente lembrou que de acordo com o Censo de 2010 atualmente 54% da população brasileira se declara negra e ressaltou que o combate à exclusão racial faz parte do esforço para reduzir o racismo no país.

“Em um mundo marcado pela xenofobia, pelo racismo e pelos preconceitos, a proverbial tolerância e o convívio com o diferente deve ser agora defendido por nós com unhas e dentes”, afirmou.

No evento, promovido no Palácio do Planalto, a presidente entregou títulos de posse e concessão de territórios a comunidades quilombolas em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco.

Em discurso, no início do evento, a coordenadora da CONAQ (Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas), Sandra Maria Andrade, defendeu a luta contra o impeachment da presidente e ironizou o acampamento de manifestantes, em frente ao Congresso Nacional, que pede o afastamento da petista.

“Os acampado, que estão ali passando férias, acho que vão sair mais rápido”, afirmou.

Nesta quarta-feira (18), manifestantes foram presos em frente ao Congresso Nacional após confronto com grupo que participava da Marcha das Mulheres Negras.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, houve disparos de arma de fogo por dois policiais civis, um deles reformado, do Maranhão, e outro, do DF. Ambos foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal.

Folha