SUCESSÃO

PMDB escolhe ex-ministro de Dilma para disputar presidência da Câmara

Marcelo Castro ao lado da então presidente, Dilma Rousseff, em abril

A bancada do PMDB decidiu ter candidatura própria à presidência da Câmara e o deputado Marcelo Castro (PI) foi o nome escolhido em votação realizada na manhã desta quarta-feira (12) pela bancada do partido.

Castro foi escolhido com 28 votos, contra 18 votos de Osmar Serraglio (PR), em disputa interna que foi para o segundo turno.

O lançamento da candidatura de Castro representa mais uma divisão na eleição da Câmara na base do presidente interino, Michel Temer, que é presidente do PMDB.

Contribuiu para a vitória de Castro o fato de ele poder agregar votos do PT e de partidos da antiga base de Dilma Rousseff, já que o deputado votou contra o processo de impeachment da presidente afastada. Castro foi ministro da Saúde no governo Dilma.

Na terça-feira (11), a bancada do PT havia decidido não apoiar candidatos que votaram a favor do impeachment. A eleição para a presidência da Câmara ocorre com voto secreto.

Participaram da eleição interna no PMDB, além de Castro e Serraglio, os deputados Carlos Marun (MS) e Fábio Ramalho (MG). Com a decisão da bancada, Ramalho, que havia registrado sua candidatura, deverá formalizar sua desistência.

O PMDB possui a maior bancada da Câmara, com 66 deputados, e era visto como o partido que poderia decidir a disputa entre os diversos candidatos já apresentados de partidos da base de Temer.

Com a candidatura própria, o partido tenta se aproveitar da dispersão dos votos do “centrão” para conseguir permanecer no comando da Câmara, onde esteve até o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato, em maio, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Foi a renúncia de Cunha ao cargo, na última semana, que levou à realização de novas eleições.

O candidato apontado como favorito, Rogério Rosso (PSD-DF), chegou a classificar o resultado da disputa como “imprevisível” por causa do número de candidatos. Onze deputados já haviam formalizado a candidatura, sendo apenas uma deputada, Luiza Erundina (PSOL-SP), de partido de oposição ao governo interino

Fonte: UOL