DESEMBARQUE

Pemedebista Eduardo Braga deixa Ministério de Minas e Energia

Braga ressaltou que não faria nenhum comentário sobre o que aconteceu na Câmara dos Deputados

ministro eduardo bragaO ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou que já acertou sua saída do cargo no primeiro escalão do governo em reunião nesta quarta-feira com a presidente da República, Dilma Rousseff. “Conversei com a presidente Dilma que era hora de sair e ela aceitou”, disse o ministro a jornalistas ao chegar à sede do ministério.

Ele afirmou que sai do governo com a sensação de dever cumprido, pois assumiu o posto com uma crise de abastecimento e financeira no setor elétrico. Além disso, enfrentou críticas sobre o fato de não ter um perfil técnico. “Encerro dizendo que não houve racionamento”, sustentou.

Braga afirmou que entregará a carta de demissão ainda hoje, até o fim do dia. “Agradeço porque me deram a condição de eu poder ajudar o Brasil e ajudar o Amazonas”, afirmou o ministro em referência ao Estado em que já foi governador e o elegeu para o atual mandato de senador.

Impeachment

Braga defendeu que é importante que o Senado tenha uma “postura diferenciada” em relação à Câmara dos Deputados que votou no último fim de semana pelo impeachment da presidente Dilma. Segundo ele, essa foi a posição que defendeu ontem em conversa com o presidente em exercício do PMDB, o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

“O Senado, por ser uma Casa mais experiente, mais madura, uma Casa que representa a república brasileira, a federação brasileira, eu acho que é preciso que tenhamos muita responsabilidade, e muita, mas muita maturidade, diante do que estamos fazendo”, afirmou o ministro a jornalistas, no momento em que anunciou o seu desembarque do governo.

Braga ressaltou que não faria nenhum comentário sobre o que aconteceu na Câmara dos Deputados neste fim de semana, quando a Casa votou pela a admissão do processo de afastamento da presidente Dilma.

“Quando conseguir voltar, vou defende com coerência o que sempre defendi”, afirmou o ministro, que classificou como “maldade” a pergunta se sua saída do governo serviria para apoiar o impeachment da presidente no Senado.

Para ele, “não há como comparar” o atual processo com o que aconteceu em 1992, com a saída do ex-presidente Fernando Collor. “É preciso ter muita cautela”, frisou.

Ao deixar o ministério, Braga não assumirá imediatamente o cargo de senador pelo Estado do Amazonas. “Eu não estarei por lá, porque tenho um problema de saúde que tenho que cuidar. Estarei de licença por alguns dias, mas minha suplente estará lá me representando”, afirmou o ministro a se referir à sua esposa, a senadora Sandra Braga.

Questionado se sofreu pressão do partido, Braga disse que os integrantes da legenda souberam “respeitar e diferenciar” sua posição. “O PMDB me respeitou como um pemedebista de longas datas que sou. Tenho muito amigos”, afirmou.

 

Fonte: Valor Econômico