Quando assumiu o governo em 2019, o ex-capitão e ex-deputado por 28 anos, Jair Bolsonaro, criou o que a imprensa chamou de “superministérios”. Havia o superministério da Justiça, o superministério da Economia, o superministério da Cidadania e o superministério do Desenvolvimento Regional.
Veio a realidade política, a pandemia, as negociações políticas e o Centrão. Hoje, não há superministérios e nem superministros. A promessa inicial era reduzir a máquina, pelo menos o número de ministérios. Na campanha eram 14 ou 16. No governo, o número passou para 22, depois 23 e, recentemente, 24, com a criação do Ministério do Trabalho e Previdência.
Muita gente passou e alguns ficaram. Dos tais superministros, ficou Paulo Guedes, que não é mais o “Posto Ipiranga”. Sangrou e perdeu dezenas de auxiliares. O chefe é o chefe e como disse o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazzuelo, “um manda e outro obedece”.
A defecção foi gigantesca nesses três anos. Em 30 meses, nada menos que 16 ministros foram defenestrados por um motivo e outro. Nos próximos cinco meses, até o início do Outono, haverá uma grande troca de titulares, desta vez, por motivos político-eleitorais.
Bolsonaro, o chefe, já disse que pretende botar o bloco na rua e muitos ministros terão a “missão” de engrossar a campanha, seja no Partido Liberal ou noutra agremiação aliada. Eles vão concorrer nas eleições numa grande revoada.
Até o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) deve desembarcar do Palácio do Jaburu. Já foi citado para concorrer ao governo do Rio de Janeiro, mas disse que seu futuro político deve ser definido até março do próximo ano. O mais provável é que se candidate ao Senado.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adverte que os funcionários públicos, militares, juízes, dirigentes de empresas e outros profissionais que têm a intenção de se candidatar nas eleições 2022 devem observar os prazos de desincompatibilização eleitoral.
O período para a realização da desincompatibilização varia de três a seis meses antes do pleito eleitoral, de acordo com o cargo pretendido pelo futuro candidato. A regra consta na Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar nº 64/1990),
A lista dos prováveis demissionários candidatos
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina (DEM). Deve buscar a reeleição para deputada federal ou se aventurar nas eleições majoritárias do Mato Grosso do Sul.
Cidadania, João Roma (DEM). Vai se candidatar à reeleição a deputado federal pelo estado da Bahia.
Comunicações, Fábio Faria (PP). É deputado federal e deve concorrer ao Senado pelo estado de Alagoas.
Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL). O deputado federal é pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte.
Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Ele se diz técnico, mas Bolsonaro vem pressionando para que se candidate ao governo de São Paulo pelo PL.
Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. O delegado da Polícia Federal tem sonho de virar político. Deve concorrer a deputado federal, mas já foi citado para concorrer ao governo do Distrito Federal ou ao Senado.
Saúde, Marcelo Queiroga. Prepara as malas para concorrer ao governo da Paraíba pelo PL.
Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Pode concorrer a deputado federal pelo Distrito Federal, mas é a aposta de muitos evangélicos para ser a vice na chapa de Bolsonaro em 2022 pelo Progressista.
Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL). A deputada federal deve concorrer ao Senado, mas sonda a possibilidade de concorrer ao governo do DF em dobradinha para o Senado com a deputada Bia Kicis, hoje no PSL.
Trabalho e Previdência, Onix Lorenzoni (DEM). O deputado federal pode tentar a reeleição ou mesmo se viabilizar para o governo do Rio Grande do Sul ou ao Senado.
Turismo, Gilson Ribeiro (PSC). Deve largar a sanfona por um tempo na campanha para buscar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo estado de Pernambuco.
Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). O senador licenciado e um dos líderes do Centrão é pré-candidato ao governo do Piauí.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Gilmar Côrrea