Em um momento em que partidos discutem internamente a possibilidade de deixar a base aliada ao governo, o PDT decidiu, em reunião nesta terça-feira com a Executiva e membros da bancada, que continua na base de sustentação ao governo no Congresso pelo menos até meados do ano. O partido, no entanto, vai discutir “em algum momento” o desembarque do governo para trabalhar pela candidatura própria à Presidência da República, nas eleições de 2018.
Os pedetistas defenderam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ele ter sido levado a depor pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato, na última sexta-feira. Afirmam que são “solidários” a Lula e que a condução coercitiva foi “desnecessária”, mas dizem que não vão subir no palanque com o ex-presidente, por conta dos movimentos para a candidatura própria.
— O PDT defende o ex-presidente Lula da violência que ele sofreu, mas não vai subir no palanque do Lula. Ele, quando saiu da Polícia Federal, iniciou sua candidatura. E nós temos o projeto de ter candidatura própria para a Presidência da República em 2018. Nós não entraremos nessa disputa de PT com PSDB, porque acreditamos que está superada — disse o líder do PDT na Câmara, Weverton Rocha (MA).
O deputado disse ainda que seria oportunismo do partido deixar a base de apoio à presidente Dilma Rousseff nesse momento e que é preciso ajudá-la a “superar a crise”.
— Vamos manter o apoio à presidente Dilma Rousseff até ela superar esse momento difícil. Ajudamos a elegê-la e é nossa obrigação ajudar o governo a superar esse momento de crise. Quando ela atravessar essa crise política, nós vamos discutir o desembarque do governo. Sair agora seria oportunismo.
Fonte: O Globo