Reflexão

Parlapatões e deblateradores dominam as mídias - Por Radomécio Leite

Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A “não política” como forma de fazer política é um fenômeno contemporâneo e reflete aversão ou descrença na política tradicional e nas instituições convencionais. A “não política” como técnica de fazer política utiliza-se do espetáculo como principal ferramenta de influência a partir da utilização de táticas e estratégias que evitam o debate substantivo sobre políticas públicas, em favor de gestos simbólicos, declarações controversas e eventos midiáticos.

A “bancada do selfie” é formada por aqueles que nem sabem qual assunto está sendo discutido, já que o mais importante é polemizar, gravar e se auto fotografar.

As lideranças transformaram-se em figuras midiáticas, cujo interesse é entreter e chocar por meio de espetáculos coreografados e discursos inflamados com manipulação de crises para desviar a análise crítica de ações ou políticas concretas.

Não articulam, não promovem o debate de qualidade, não se dão conta das aflições que a sociedade está passando com riscos de desastres ambientais, da voracidade das Big Techs em destruir o emprego e os direitos civilizatórios conquistados ao cabo de muita obstinação.

Para quem conhece ou que teve o privilégio de vivenciar trajetórias como a de Miguel Arraes, Leonel Brizola, Jucelino Kubitschek, José Sarney, João Goulart, Flávio Dino, entre outr@s, vê-se diante de uma anomalia inimaginável, beirando o imponderável por essas terras.

Quanto mais simplista, rasteiro e polarizado melhor.