A CPI da Covid desistiu do depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que ocorreria na próxima segunda-feira (18).
Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), a decisão foi tomada nesta terça-feira (12), após reunião de membros da comissão.
“Não vamos dar palanque para ele, não vai acrescentar muito. Mas ele vai aparecer no relatório final com toda certeza. Provavelmente por desrespeito a norma sanitária, prevaricação. Ele vai ser indiciado e vai ter que responder”, afirmou o senador.
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, já afirmou que vai propor em seu relatório final o indiciamento de Queiroga.
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), tinha marcado para a segunda-feira (18) o novo depoimento do ministro. Essa seria a terceira ida de Queiroga à CPI da Covid.
A convocação ocorreu na quinta-feira (7). A justificativa dos membros foi que o ministro não respondeu dentro do prazo de 48 horas as questões que foram enviadas por escrito pela comissão.
Além disso, foi apontada na CPI da Covid interferência de Queiroga na alteração da pauta da reunião da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). Naquele dia, a Conitec retirou da pauta a análise de um estudo de especialistas contra o uso de medicamentos do “kit Covid”.
O Ministério da Saúde justificou, em nota, que o coordenador do grupo de especialistas, que está elaborando as diretrizes do tratamento ambulatorial dos pacientes com Covid-19, solicitou que o relatório fosse retirado de pauta pela publicação de novas evidências científicas dos medicamentos em análise.
Carlos Carvalho, médico pneumologista e coordenador do estudo, chegou a confirmar para o jornal Folha de S.Paulo que ele tinha pedido mais tempo para analisar novos estudos que foram publicados em setembro sobre o Regen-Cov.
O estudo foi dividido em oito partes. O “kit Covid” e outros medicamentos, como o Regen-Cov, estão no mesmo grupo para avaliação pré-clínica.
Os senadores pretendem convocar Carlos Carvalho para prestar depoimento na segunda-feira (18).
Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Polêmica Paraíba