Uma pesquisa feita com 57 líderes de partidos e de bancadas da Câmara dos Deputados mostra que a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro ainda está distante de ser aprovada. Seus principais empecilhos seriam as mudanças no benefício de prestação continuada (BPC), a desconstitucionalização de parte da Previdência e a dificuldade em negociar com o Congresso.
O levantamento pago pela Fenafisco (Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital) e elaborado pelo site Congresso em Foco mostra que 75% dos parlamentares entendem que a articulação está sendo mal conduzida pelo Governo. Além disso, 40% discordam do regime de capitalização proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e 57% são contrários à desconstitucionalização da proposta. O levantamento, feito entre os dias 18 e 22 de março, foi publicado nesta sexta-feira. “Os dados acabam reforçando a sensação passada pela audiência de quarta-feira com o ministro Guedes na Câmara”, afirmou o presidente da Fenafisco, Charles Alcântara.
Na quarta-feira, Guedes participou de um longo debate com deputados federais na Câmara. Destemperado quando provocado, acabou encerrando a audiência pública após ser chamado de “tchutchuca” por um deputado do PT. O evento também serviu para demonstrar que a base de Bolsonaro está desarticulada no Congresso, já que não conseguiu evitar os ataques ao seu principal ministro.
Os pesquisadores ainda questionaram aos líderes partidários quais as chances de determinados temas serem aprovados pelo Congresso. Pediram para que dessem notas de 1 a 5 para os principais temas em análise. As piores notas foram para a alteração no BPC (1,7) e para o a troca do regime de repartição para capitalização (1,8). Os temas que têm a maior chance de aprovação, de acordo com o levantamento, seriam o aumento da idade mínima: para trabalhadores civis se aposentarem (3,5), para os trabalhadores da iniciativa privada se aposentarem (3,4) e para os militares entrarem para reserva (3).
Fonte: El País
Créditos: El País