Levantamento feito pelo Sebrae mostra que os impactos econômicos causados pela pandemia da covid-19 atingiram em cheio as mulheres empreendedoras brasileiras. A crise interrompeu um movimento consistente, verificado desde 2016, de crescimento na representatividade das mulheres no universo do empreendedorismo no país. No terceiro trimestre do ano passado, a proporção de mulheres entre os donos de negócio caiu quase um ponto percentual em comparação com o mesmo período de 2019.
Diante dessa realidade, o deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico, da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Eduardo Carneiro (PRTB), defendeu nesta segunda-feira (8), Dia Internacional da Mulher, ações de apoio que garantam o retorno das mulheres ao empreendedorismo e revertam esse momento de queda, como linhas de créditos e consultoria para reverter situação.
“Estimular o empreendedorismo feminino é necessário porque a presença das mulheres em cargos de liderança resulta em melhorias na sociedade, economia e nas empresas. Por isso, é necessário discutirmos soluções que garantam o retorno das mulheres ao mundo do empreendedorismo. Além de oxigenar as ideias de negócio, a inclusão de novas empreendedoras teria um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) não só do Brasil, da Paraíba, mas do mundo”, destacou o deputado ao parabenizar todas as mulheres pelo 8 de Março.
A pesquisa do Sebrae mostra ainda que no terceiro trimestre de 2020 havia cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil. Desse universo, aproximadamente de 8,6 milhões eram mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%). Em 2019, a presença feminina correspondia a 34,5% do total de empreendedores (o que representou uma perda de 1,3 milhão de mulheres à frente de um negócio).
Demanda – A redução no número de mulheres empreendedoras se deu a traços culturais ligados diretamente a vida feminina que acabam por responsabilizar as mulheres pela maior parte das tarefas domésticas. De acordo com um estudo feito pelo IBGE, em 2019 as mulheres dedicaram 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres da casa. Com a pandemia, essa situação foi agravada. As crianças permaneceram mais tempo em casa ao longo de 2020 e os idosos exigiram mais cuidados por parte da família.
A nona Pesquisa de Impacto do coronavírus nos pequenos negócios já indicava que as mulheres empreendedoras foram mais prejudicadas do que os homens no que diz respeito ao faturamento mensal (75% delas acusaram diminuição contra 71% dos homens). Isso aconteceu apesar das empreendedoras terem sido mais proativas do que os homens no lançamento de novos produtos (46% delas passaram a comercializar novos produtos/serviços, contra 41% dos empresários). As mulheres também se mostraram mais tecnológicas do que os homens (76% delas fazem uso das redes sociais, aplicativos ou internet na venda de seus produtos/serviços, enquanto 67% dos homens utilizam esses canais).
Mais sobre empreendedorismo feminino
• Os homens estão mais endividados do que as mulheres: 38% deles têm dívidas/empréstimos, mas estão em dia, contra 34% delas. Já as mulheres são mais cautelosas em relação a contrair dívidas: 35% delas disseram que não possuem dívidas contra 30% dos homens.
• A maior parte dos homens tem empréstimos bancários (46%) em relação às mulheres (43%). As dívidas com impostos/taxas também foram citadas por 16% dos homens e 13% das mulheres.
• A maior parte das mulheres (51%) disse que não buscou empréstimo bancário para a sua empresa desde o começo da crise, enquanto 54% dos homens buscaram.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba