Comerciante, conservador, cristão e radialista, Jackson Villar da Silva é presidente do grupo “Acelera Para Cristo”, responsável por organizar uma motociata em favor do presidente Jair Bolsonaro no auge da pandemia.
Villar também é integrante de um grupo de extrema-direita do Telegram chamado ‘Nova Direita 70 milhões’ que possui cerca de 182 mil membros. Nos últimos dias, conversas de integrantes do grupo vazaram e foram analisadas pela Agência Pública.
Nas trocas de mensagens, que aconteceram entre os dias 3 e 23 de outubro, depois do primeiro turno das eleições presidenciais, o empresário sugere cometer uma série de crimes para reverter o cenário desfavorável ao atual presidente.
Jackson, em um primeiro momento, sugeriu que fosse feito uma “eleição paralela” usada como meio de comprovar a “fraude nas urnas” eletrônicas durante a votação no primeiro turno.
Só não pode falar que vai provar a fraude. Se falar isso aí os caras vão derrubar o canal. Tem que ser uma coisa sutil, com sabedoria, entendeu?”, escreveu.
Mais adiante, ele sugere uma série de crimes que deveriam ser cometidos para mudar o resultado das eleições. Entre as práticas estão “quebrar esquerdistas no cacete” e “quebrar a urna eletrônica no pau”, além de afirmar que “cientista político tem que apanhar”.
Neste momento, outro membro do grupo, identificado como Pastor Wellington Fontes, que seria de Rondônia, faz um alerta que o ato de quebrar a urna configuraria o crime de depredação ao patrimônio público. “A gente tem que tomar cuidado”, pondera.
“Você desculpa, mas cê tá errado pastor. E ninguém está falando aqui em quebrar nada, depredar nada, não. Acabar é eliminar de uma vez por todas a urna. Essa urna eletrônica ninguém acredita muito”, retruca Villar.
Jackson Villar da Silva também faz comentários preconceituosos contra o povo baiano por votarem em massa no candidato petista — no estado, o ex-presidente Lula recebeu 67% dos votos, contra 24% de Bolsonaro.
“Baiano é gente boa, mas ele é meio descarado. É falso. Eu conheço a natureza do baiano, o negócio dele é se requebrar”, escreve.
Por fim, ele sugere como os bolsonaristas devem agir contra quem vota no Lula: “Você tem que falar assim: ‘Os cara vão te ‘passar’ [expressão para matar], os cara vão caçar todo mundo que é petista. Você vai convencer uma alma sebosa com o medo, entendeu? Ele só respeita o cacete’”, afirma.
Fonte: Aventura na História
Créditos: Polêmica Paraíba