Deputados da oposição e governistas dissidentes estiveram reunidos na manhã desta terça-feira para discutir a composição da chapa alternativa que disputará com a governista a composição da comissão especial que decidirá sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O grupo contabiliza ter 35 nomes de 11 partidos, que incluem oposicionistas (DEM, PPS, PSDB, SD e PSC), governistas (PP, PSD, PMDB e PTB), além do nanico PHS e do recém-lançado PMB.
O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), calcula que a chapa dissidente pode chegar a 39 nomes, caso atraia a indicação dos quatro representantes do PSB, que discute nesta manhã a chapa que integrará.
Pela manhã, deputados da oposição discutiam o nome que dariam à chapa. Houve sugestões de “Amo o Brasil”, “Chapa Ulysses” e “Chapa Tancredo”.
Carta
A oposição analisou a carta endereçada ontem pelo vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff como sinal claro de rompimento. “Politicamente falando, não tem como interpretar de outra maneira”, disse Mendonça Filho.
Para o líder do DEM, o PMDB “foi massacrado dentro do governo” e a emissão da carta e seu vazamento só ocorreram em resposta às declarações feitas por Dilma pela manhã, quando ela disse confiar em Temer. “Ele foi provocado. De forma primária, a presidente o constrangeu ontem. O governo foi desleal com ele e com o PMDB”, disse Mendonça Filho, para quem, se não fosse o PMDB, Dilma não teria sido eleita e o ajuste fiscal não teria sido aprovado no Congresso.
Na carta vazada nessa segunda-feira (7) à noite à imprensa, o vice diz que nunca teve a confiança da presidente. A carta foi recebida pelo Planalto como mais um passo do PMDB em direção ao rompimento com o governo. Ontem, o então ministro da aviação civil, Eliseu Padilha, homem ligado ao vice, entregou ao governo sua carta de demissão.
Fonte: Estado de Minas