Operação Dom Bosco: Investigados no esquema foram avisados e busca por informações foi comprometida

 

Coletiva - Operacao Dom Bosco (1) Policia Rodoviaria Federal em frente a Prefeitura de Patos

A operação da Polícia Federal, nomeada como “Dom Bosco“, foi desencadeada a partir das 6h da manhã desta sexta (16) visando desmantelar uma organização criminosa que segundo o Ministério Público Federal estava fazendo licitações combinadas para desviar recursos que chegariam a aproximadamente R$8 milhões da Prefeitura de Patos. Existe a informação de que houve  vazamento da investigação em determinado momento, o que dificultou o desenvolvimento da investigação.

Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva, além da condução de quatro pessoas para prestarem esclarecimentos, nas cidades de Patos, Campina Grande e João Pessoa. Estão envolvidas as empresas Livraria Dom Bosco, Gráfica Santo Antônio, Mix Mercadinho e AMPLA Comércio LTDA. As buscas estão sendo feitas nas sedes das empresas e nas residências dos envolvidos.

O Procurador da República Federal, João Rafael Lima, disse em entrevista nessa sexta (16) como o esquema iniciou: “Essas empresas sempre participavam em conjunto nas licitações modalidade convite. A  Mix é uma empresa de uma familiar dos donos da Livraria Dom Bosco e o dono da papelaria Patoense informou que  havia um acordo  entre ele e os donos da livraria Dom Bosco.  Havia um empréstimo da empresa para que a Dom Bosco compusesse a quantidade mínima de licitantes  na modalidade convite. O dono da Patoense acha que posteriormente seus documentos passaram a ser utilizados pela livraria Dom Bosco sem a sua aquiescência,  e assim foram fraudados vários e vários procedimentos…”. O esquema era chefiado por Alexandre, atual administrador da livraria Dom Bosco, do qual já foi decretada a prisão preventiva e já se encontra detido. Vários dos envolvidos já se dispuseram a comparecer à Procuradoria da República, porém alguns permaneceram calados.

O senhor José Florentino (dono da papelaria Patoense) ajudou nas investigações, onde foram apreendidos documentos como notas fiscais, empenhos, licitações, documentos relacionados a contratações e execução de contratos, porém muitos dos documentos ainda não foram encontrados.

Válber Motta (Procurador da Prefeitura de Patos) disse que as empresas não prestam mais serviço à prefeitura. Procurador desmentiu informação de que o “esquema” estava sendo executado já na nova gestão. E afirmou que as empresas investigadas atuaram na prefeitura até o início deste ano.  Procurador do município enfatiza que é necessária investigação e não pré-julgamentos a respeito do caso. Diz também que a prefeitura só poderia suspeitar caso as empresas não cumprissem devidamente os deveres.