Na lista dos acusados então três ministros (Moreira, Geddel e Picciani) e um ex-ministro (Jucá). E isso, é sempre bom lembrar, num governo que perdeu três ministros apenas nas suas primeiras cinco semanas. A mídia está fazendo uma cobertura bastante desigual.
A Folha de São Paulo, ao invés de noticiar o fato com todo o destaque que merece, o jogou lá para baixo da home do UOL, e deu como manchete do dia, que está no ar desde cedo, suposto pagamento irregular do PT, usando o fundo partidário.
A matéria de O Globo, ao contrário, avacalha os Piccianis com o título Carioca Engenharia comprou vaca superfaturada da família Picciania. A reportagem não esconde quem está no centro do escândalo:
“Tânia Maria Silva Fontenelle, gerente financeira da Carioca Engenharia, afirmou no termo de depoimento de delação premiada que comprou vacas superfaturadas da empresa Agrobilara, que pertence à família de Leonardo Picciani, ministro do Esporte do governo de Michel Temer. (…) O pai dele, Jorge Picciani, é presidente da Assembleia Legislativa do Rio e o irmão dele, Rafael Picciani, é deputado estadual. Cada um deles tem 20% da Agrobilara, ao lado de outros dois integrantes da família.”
Já a Veja traz revelações sobre Moreira Franco e a Odebrecht (3 milhões), sem deixar de mencionar também sua obscura transação de 5 milhões com a OAS. Detalhe interessante é que o subtítulo da matéria da Veja diz: “Ex-diretor da Odebrecht diz à Procuradoria que pagou 3 milhões de reais em propina — e não em doação eleitoral — para que Moreira Franco cancelasse uma obra”. Observem que a intenção da Veja é de fato não deixar dúvidas sobre o comportamento de Moreira. Figura que, segundo a revista destaca, é braço direito de Temer e responsável pelas privatizações e parcerias, o nefasto PPI, projeto que pode chegar a 25 bilhões de reais em pilhagens dos bens públicos.
Na trupe, estaria também o ex-ministro do Planejamento de Michel Temer, Romero Jucá, que teria embolsado R$ 10 milhões em propina, e o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, sobre o qual o delator da Odebrecht teria dado informações bastante detalhadas. O valor recebido por ele, contudo, não foi apresentado pela revista.
Eis os homens que estão colocando o Brasil nos trilhos e que, como disse Temer em seu primeiro pronunciamento à Nação, para oferecer “bons negócios à empresários do mundo todo”, querem impor a PEC 241, que transformará o edifício de direitos do estado brasileiro, construído em muitas décadas, em um casebre mais deplorável que um mocambo. Ferrar o Brasil para oferecer bons negócios ao mundo todo. Esse é o projeto do golpista usurpador Michel Temer.
Fonte: O Cafezinho,
Créditos: Por Bajonas Teixeira, colunista de política