O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou a jornalistas nesta quarta-feira (29) que considera o PSDB fora da base do governo. Ele destacou que a permanência de ministros tucanos no primeiro escalão do governo cabe ao presidente Michel Temer.
Padilha falou sobre a situação do PSDB e dos demais partidos da base do governo durante apresentação de um balanço de ações propostas para desburocratizar a administração pública.
A saída do partido na base vem sendo discutida no PSDB desde maio, quando a delação da JBS trouxe denúncias contra o presidente Michel Temer. Formaram-se duas alas entre os tucanos: a dos favoráveis a continuar na base do governo e aqueles que defendem a saída. Dirigentes da sigla disseram que a decisão final vai sair na convenção nacional, no próximo dia 9.
Na única troca até agora da reforma ministerial, Temer substituiu no Ministério das Cidades o ex-ministro e deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) pelo deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO). Outros três ministros do PSDB permanecem no governo: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Luslinda Valois (Direitos Humanos) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).
Questionado se a intenção do governo era manter uma aliança com o PSDB para a eleição de 2018, Padilha afirmou que o Planalto busca costurar uma coalizão com os partidos que sustentam a gestão de Michel Temer no Congresso. Em seguida, o ministro disse que o PSDB está fora desse grupo.
“O PSDB não está mais na base do governo”, afirmou. “O PSDB já disse que vai sair dia 9”, disse o ministro.
Padilha também foi questionado sobre as eventuais saídas dos ministros do PSDB remanescentes no governo. Para Padilha, cabe a Temer decidir. O chefe da Casa Civil ponderou que é possível ter ministros do PSDB no governo, mesmo com o partido fora da base.
Reforma da Previdência
Padilha também abordou na conversa com jornalistas a articulação do governo para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. O ministro frisou que conta com o PSDB na votação.
“Com relação ao PSDB, lá desde o início em que esteve participando integralmente do governo, tinha o compromisso com a reforma da Previdência e não me consta que eles tenham deixado de ter esse compromisso”, declarou.
Padilha afirmou que a área política do governo deve iniciar na próxima semana a contagem dos votos entre os deputados das bancadas aliadas na Câmara.
O ministro ressaltou que o governo trabalha para que os deputados votem a proposta de emenda à Constituição em dois turnos ainda em 2017, mas a pauta cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Nossa expectativa é ver se conseguimos ter já na semana que vem a primeira votação”, afirmou.
Fonte: G1
Créditos: Guilherme Mazui