'O PMDB virou um calo para o PSB?' - Por Laerte Cerqueira

De salvador, em 2014, a calo duro em 2016. É assim que muitos socialistas estão vendo o senador José Maranhão (PMDB), que não parece disposto a abrir mão da candidatura própria do partido em JP, mesmo com a pressão do mensageiro do governador Ricardo Coutinho, o presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas. A posição do senador, avalizando o deputado federal Manoel Júnior, já é reconhecida por alguns socialistas como irredutível e está promovendo uma reviravolta na estratégia do PSB.

Rosas cobrou reciprocidade e já dá sinais de irritação. Para deixar bem claro que precisa da “via de mão dupla”, vai usar o instrumento mais forte que tem: o apoio à pré-candidatura de Veneziano Vital, em CG. Ontem, o dirigente socialista resumiu um pouco do olhar que tem sobre a posição de Maranhão. “A impressão que dá é que o PMDB não tem interesse em Campina Grande. Eles não querem discutir João Pessoa e eles têm interesse nas duas cidades. Cabe a gente definir o que é melhor em Campina Grande, se é indicar o vice ou fortalecer o partido com uma candidatura própria. O problema é que a gente não senta com quem dirige o partido, que é José Maranhão, para discutir”, alfinetou.

Uma reunião estava marcada para ontem para definir a questão na Rainha da Borborema. Na verdade, não deve sair uma posição definitiva, mas a estratégia que será adotada para enfrentar essa proposta do PMDB, de querer ter duas candidaturas nas principais cidades. A decisão já deve ter sido moldada e, de alguma forma, será percebida hoje quando o partido realiza um grande encontro com os pré-candidatos da legenda.

Entendendo a estratégia da reciprocidade como fundamental, Rosas afirmou que o PSB já conseguiu sentar com dirigentes de diversos partidos para discutir as eleições deste ano, apenas com o PMDB não houve uma conversa. Em uma das entrevistas lembrou que ninguém pode querer dominar o Estado e “se o PMDB quer ter candidato em João Pessoa e em Campina Grande, vamos respeitar, mas eles também não podem exigir que a gente apoie eles da forma que eles querem”, disse.

Sem perspectiva de Maranhão desistir de Manoel Júnior, com quem tem uma dívida há duas eleições municipais; e sem um acordo que satisfaça o desejo do PSB, já estão na “praça” algumas projeções. Uma delas é a da suposta saída do deputado federal Veneziano Vital do PMDB para concorrer à prefeitura pelo PSB, aproveitando a janela da infidelidade.

A outra possibilidade é lançar Adriano Galdino como candidato. Mas apenas para pressionar. Ninguém acredita que o presidente da AL vai obter êxito. Pelo menos nessa eleição. A outra possibilidade é abandonar todas as parcerias com o PMDB, condicionando o retorno dos apoios à aliança prioritária: a de JP. São só projeções e teses que nasceram depois que Maranhão deu um nó e virou calo, motivo de muita irritação para os socialistas.

De novo
A imprensa nacional voltou a colocar o senador Raimundo Lira (PMDB) como favorito para assumir a liderança do governo no Senado. Na última semana, Lira negou que tenha recebido convite, mas circula a informação de que ele foi sondado para saber se aceitava. Lira é presidente da Comissão de Assuntos Econômicos e teria que deixar o cargo.

O perfil agregador e o bom trânsito, segundo o Valor Econômico, estariam contribuindo com Lira.

Peso
O senador Cássio saiu da reunião com Cícero e Lauremília dizendo que é hora de escutar. A pressão dos vereadores tucanos e a posição do diretório municipal terão o maior peso na decisão das alianças.
Confirmação