Polêmico

'O peemedebismo é o que há de pior na política', afirma Anísio Maia

Apesar da nomeclatura, o conceito não refere-se apenas ao PMDB

 

 

Nesta quarta-feira, 8, o deputado estadual Anísio Maia (PT), repercutiu na tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba, o conceito de peemedebismo, formulado pelo cientista social e filósofo Marcos Nobre. “O peemedebismo é a ausência de ideologia, o atendimento às conveniências, o apoio a todo e qualquer governo, desde que bem recompensado fisiologicamente. É o que há de pior na política”, explicou Anísio Maia.

“Este comportamento, que é sinônimo de fisiologismo, não se restringe apenas ao PMDB, mas,  caracteriza um modo de fazer política hegemônico na política partidária em todo o Brasil. É o poder das oligarquias regionais a partir da produção de maiorias legislativas para vetar qualquer ação que não seja de interesse de seus membros. Ou seja, é o achaque e chantagem como modus operandi usando a desculpa da governabilidade”, afirmou o deputado.

Anísio Maia ainda ressalta que esta forma de fazer política não se apresenta nenhum conteúdo e sua única proposição é a ocupação de espaços na execução das políticas públicas, para contemplar sua base e abastecer a política miúda. Para tanto, concentram força nas eleições proporcionais que formam as bancadas no Legislativo.

“Um bom exemplo de peemedebismo tem sido o processo de formação das coligações em João Pessoa. A cidade mais importante do estado apresenta um debate político rasteiro, apesar dos muitos problemas que enfrenta, por conta de interesses particulares. Poucos podem criticar este modelo. No geral, tem gente revoltada não com os métodos do peemedebismo, mas, com o fato de que outros foram mais espertos”, concluiu.

anisio

Marcos Nobre é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Apresentou o conceito de peemedebismo artigo “O fim da polarização” na revista Piauí, em 2010 e em seus livros “Choque de democracia: razões da revolta” e “Imobilismo em Movimento: da abertura democrática ao governo Dilma”, ambos de 2013.

Fonte: Assessoria