Ao perder a luta contra as complicações da covid-19 na última segunda-feira (08), o senador paraibano José Maranhão (MDB) deixou um legado para a classe política paraibana. Em mais de 60 anos de vida pública, jamais teve o nome envolvido em escândalos de corrupção e desvios.
Mas um título em especial será imortalizado com ele: o de ‘mestre de obras’. José Maranhão ocupou por três momentos a cadeira mais importante da Paraíba, como governador, no Palácio da Redenção. E foi de lá que executou obras nos quatro cantos do Estado.
Apagou candeeiros, tirou do papel o Canal da Redenção, em Sousa; construiu açudes, adutoras e barragens importantes para a sobrevivência da população paraibana, contribuiu para o turismo, dentre tantas outras coisas.
Abaixo, confira alguns feitos do “mestre de obras”, José Targino Maranhão.
No Plano das Águas de Zé Maranhão, apenas as barragens de maior porte representaram um acréscimo de 30% em relação a tudo o que foi feito em termos de barragens estaduais ao longo do século XX.
Foram 14 grandes barragens contempladas, além de dezenas de pequenos açudes executados diretamente ou em parceria com as prefeituras.
São barragens para múltiplos usos. As águas servem ao abastecimento público, irrigação, piscicultura, carcinicultura (criação de camarão) e uso industrial.
Mais de 2,5 milhões de paraibanos foram beneficiados direta ou indiretamente em barragens espalhadas em todas as regiões do Estado. Investimento total atualizado: 678,7 milhões de Reais.
Projetos de Irrigação
Considerando apenas os projetos de maior porte foram cerca de 8.500 hectares contemplados
Os principais projetos estruturantes foram: Várzeas de Sousa (5.100 hectares), Piancó I (524 hectares), Piancó II (1.000 hectares), Piancó III (1.000 hectares) e Lagoa do Arroz (1.000 hectares);
Potencial de empregos gerados: 25.500 empregos (diretos e indiretos);
Produção: em termos de fruticultura, potencial médio anual da ordem de 425 mil toneladas/ano.
Investimento total atualizado: 354,2 milhões de Reais.
Sistemas Adutores
Entre sistemas adutores construídos ou deixados em execução no governo Zé Maranhão, foram mais de 1.200 km de adutoras;
Se esses tubos fossem colocados ao lado da BR 230, seriam suficientes para interligar João Pessoa a Cajazeiras indo e voltando;
Nunca na Paraíba foram construídos sistemas de adução de água tão longos, verdadeiras transposições de bacias, levando para as cidades a água dos grandes açudes, aqueles com maior capacidade de fornecimento.
Sistemas adutores como Cariri e Congo, além de abastecerem as cidades, dispõem de chafarizes para atendimento de comunidades rurais com água tratada.
O programa de adutoras, em parte realizado em parceria com o Banco Mundial, recebeu por diversas vezes o reconhecimento daquela instituição que chegou a citar a Paraíba como exemplo de boa gestão de água e modelo para outros Estados nordestinos.
Ao todo, foi diretamente beneficiada uma população de 853 mil pessoas. Investimento total atualizado: 798,11 milhões de Reais.
Obras na Capital paraibana – 1998-2010
Saneamento
Adutora Translitorânea: José Maranhão quem implantou 100% da tubulação da Adutora Translitorânea, além de deixar praticamente concluídas (em 2010) as estações elevatórias e a ampliação da Estação de Tratamento de Água de Gramame. A Translitorânea hoje garante o abastecimento de água da grande João Pessoa. Sem essa ação, João Pessoa estaria sem segurança hídrica, o que se evidenciou na grande seca de 1997-1999.
PAC-Saneamento: Com o PAC-Saneamento o governo Maranhão aplicou recursos da ordem de R$226 milhões divididos em 24 projetos, dos quais 14 beneficiam a capital do Estado, dentre esses o esgotamento do bairro do Altiplano em João Pessoa (contrato firmado em outubro de 2010).
Turismo
Construção da PB-008: Além de ser importante obra de infraestrutura rodoviária, a PB-008 tem como forte viés turístico, pois interliga João Pessoa a todo o litoral sul, de praias paradisíacas.
Desembargo ambiental do Polo Eco turístico do Cabo Branco: Trata-se do resgate de um projeto com mais de 20 anos de existência, que não avançou em termos de implantação em decorrência de fatores das mais diversas naturezas. Ao assumir em fevereiro de 2009, Zé Maranhão identificou como entrave mais imediato para a implantação do projeto o embargo ambiental por parte do IBAMA.
O embargo perdurava por cerca de duas décadas. Para a suspensão do embargo, remanesciam pendências relacionadas à infraestrutura na área de implantação do polo, as quais foram priorizadas e acompanhadas até o seu pleno cumprimento na gestão finda em 2010.
Centro de Convenções de João Pessoa: Foi o governo Maranhão que, em um mandato de apenas um ano e nove meses (fevereiro de 2009 a dezembro de 2010) levantou o embargo do projeto do Centro de Convenções junto ao TCU e construiu cerca de um terço da obra.
Saúde
O Governo Maranhão construiu o Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, equipamento cuja importância dispensa comentários.
Última gestão de José Maranhão (2009-2010) como governador do Estado, foi realizada:
Ampliação e Reforma do Hospital Clementino Fraga;
Implantação do Sistema de Climatização do Hospital Clementino Fraga e Complexo Pediátrico Hospital Arlinda Marques;
Reforma e Ampliação Setor Radioterapia Hospital Napoleão Laureano;
Construção da Subestação abrigada de 600KVA no Hospital Edson Ramalho;
Infraestrutura de Transportes
Duplicação da BR-230: A gestão de Maranhão duplicou a BR-230 no trecho entre João Pessoa e Campina Grande incluindo o viaduto de Oitizeiro.
Tecnologia da Informação
Maranhão deu início à implantação do projeto de integração, via fibra óptica, das cidades de João Pessoa e Campina Grande.
Meio Ambiente
Implantação e posterior recuperação do Jardim Botânico Benjamim Maranhão – JBBM.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba