O golpe de Cunha - Por Laerte Cerqueira

Deputado peemedebista aceitou pedido de cassação da presidente

eduardo cunha posseMelhor assim. O pavio do impeachment foi aceso. Com todos os riscos de afundarmos de vez e vermos o voto popular ser atropelado, o país pode se livrar da chantagem do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). Felizmente, agora, o país tem a chance de se livrar de vez desse estorvo político. Estávamos prestes a ficar acocorados diante de um homem público, que representa o que temos de pior. E olha que temos muita coisa ruim.

Cunha mostrou quem é ele: deflagrou o processo de impeachment da presidente Dilma porque os três petistas do Conselho de Ética fizeram o que qualquer brasileiro, em sã consciência, sem rabo preso e interesses particulares, teria feito. Afirmaram que votarão a favor do prosseguimento do processo de cassação do mandato do peemedebista. A reunião do Conselho, que já foi adiada várias vezes por causa de manobras dos salvadores de Cunha, entre eles os paraibanos Manoel Júnior (PMDB) e Wellington Roberto (PR), está marcada para próxima terça. Cunha não quis arriscar.

Sem titubear, com a intempestividade de sempre, Cunha passou para frente o pedido de afastamento assinado pelos advogados Miguel Reale, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Comportamento de menino contrariado, cheio de culpa no cartório que perdeu apoio e, agora, vai para o tudo ou nada. O perigo? É um país inteiro em jogo.

O pior é que é um engano pensar que, em nome do país, os políticos brasileiros vão fazer o certo. Os petistas se livraram da chantagem, mas podemos ver, em breve, deputados da oposição, DEM, PPS, PSDB, votarem a favor do arquivamento do processo de cassação de Cunha para, simplesmente, surfar na onda de “raiva” do presidente da Câmara. Afinal, ele será essencial para operacionalizar o golpe contra a vontade popular. Sem Cunha na presidência pode ser mais difícil derrubar o governo.

O governo já demonstrou que não tem habilidade política e corre, sim, sérios riscos de ser “deposto” por argumentos jurídicos contestáveis e fraqueza política. Aliás, não há dúvida: se o governo cair, é porque politicamente é fraco. A questão é: em que cenário, sofreremos menos? Será possível? Ao que parece, não. Com o jogo político sujo, rodeado de atos de extorsão, chantagem, esquemas de corrupção, a economia tende descer ladeira abaixo. Aliás, qual a moral política que Cunha tem para comandar um processo como esse? Resta-nos a serenidade do judiciário, a parte serena da sociedade civil e os políticos que, realmente, têm compromisso com a estabilidade do país, mesmo no meio desse caos. Oremos para Santo Expedito.

Na frente
Quem Cunha vai levar nessa queda triunfal? Quais os amigos? Demonstrou que quando ele é alvo, não importa quem está ao seu lado, encontra uma maneira de colocar alguém na frente.

Provar
A oposição tem uma boa oportunidade para mostrar que não tem uma ética seletiva. Se ficar com Cunha, só vai ratificar sua fraqueza, incoerência e incompetência.

171 votos

Para derrubar o pedido de impeachment na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff precisa de pelo menos 171 votos a seu favor. Um terço da Casa. Na prática, se não tiver isso, é melhor realmente entregar a caneta. O Planalto, agora, tem uma chance de sair da imobilidade. Talvez, o PT, diante da possibilidade de perder tudo, una-se para, pelo menos, ter mais três anos de mandato e uma esperança de “viver”. Se Dilma cair, pode fechar o partido.

Irônico
No twitter de Cunha, a mensagem foi: “Atendendo ao pedido das ruas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de #impeachment de @dilmabr”.

Zona
A Zona Franca do Semiárido caminhou. Passou por uma Comissão Especial e agora vai para os plenários da Câmara e do Senado. O deputado federal Wilson Filho (PTB) comemorou.

Zona II
Segundo ele, a ideia é que ZFS tenha uma cidade sede, que será Cajazeiras. Municípios que ficam num raio de 100 quilômetros serão beneficiados. Na Paraíba, cerca de 50.

Grupos
Também entram no grupo, cidades específicas de estados que não estão dentro dessa distância de 100 km, mas que são do Nordeste e de Minas Gerais.

Quase
Wilson Filho e Efraim Filho (DEM) participaram da reunião da Comissão e quase viram o projeto da ZFS ser modificado, perdendo as características originais. A batalha agora é no plenário.

No topo
Ao lado de advogada de PE, o advogado paraibano, Harrison Targino, foi o mais votado na lista sêxtupla para vaga de desembargador, categoria jurista, do TRF da 5ª Região.

Relação
Agora, depende da escolha da presidente Dilma, que pode votar a favor do advogado de confiança de um dos seus algozes, o senador Cássio (PSDB). O currículo e o respeito que Targino tem superam o “obstáculo”.

Mais PMs
Enfim, uma medida que pode “amedrontar” os bandidos. Ao menos diminuir a ousadia. O governo anunciou que a partir de hoje a PB tem mais 520 PMs nas ruas.

Jornal da Paraíba