desocupação cresce

Número de brasileiros que nem trabalha nem procura vagas é o maior da história

Ao todo, 65 milhões de brasileiros estão fora do mercado

O número de brasileiros que nem trabalha nem procura emprego é o maior da série histórica da atual pesquisa do IBGE sobre mercado de trabalho, iniciada em 2012. A população fora da força de trabalho cresceu 1,2% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 65,6 milhões de pessoas.

O IBGE informou nesta terça-feira que a taxa de desemprego ficou em 12,4% no trimestre encerrado em junho, em queda frente aos 13% do mesmo período de 2017. Ainda assim, 13 milhões de brasileiros estão desempregados.

A população fora da força inclui todos os trabalhadores que não estão no mercado, desde aposentados até jovens que não começaram a trabalhar, mas também inclui os desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego por causa de motivos como as condições da economia. A pesquisa divulgada nesta terça-feira não abre esse detalhe, mas o dado está em linha com as divulgações passadas: no primeiro trimestre, o desalento havia subido em relação ao trimestre anterior.

– Uma parte dessa divulgação a gente não consegue explicar, que é a parte da população que foi para fora da força de trabalho. Pode ser população que fugiu do desemprego, o desalento está aí dentro, mas nesse momento não conseguimos explicar – explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Emprego formal é o menor da série histórica

O Brasil terminou o primeiro semestre de 2018 com o menor número de trabalhadores com carteira assinada da série histórica. Segundo a pesquisa de emprego do IBGE, divulgada nesta terça-feira, o país tinha 32,8 milhões de pessoas com trabalho formal no trimestre encerrado em junho, um número meio milhão menor do que no mesmo trimestre de 2017.

Em relação ao trimestre encerrado em março, houve redução de 80 mil vagas com carteira assinada em todo o país.

A pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo IBGE confirma assim uma tendência dos últimos meses: a recuperação ainda tímida do mercado de trabalho tem ocorrido graças sobretudo à informalidade. Isso explica também a estagnação na renda: como as novas vagas geradas são de baixa remuneração, o rendimento médio do trabalho não avança.

Para os empregados com carteira, a renda é de R$ 2.099, contra R$ 1.313 dos trabalhadores sem carteira. As maiores remunerações são dos empregadores (R$ 5.319) e dos trabalhadores no serviço público (R$ 3.476).

A massa de rendimento, que é a soma dos ganhos de todos os trabalhadores na ativa, ficou estável em R$ 195,7 bilhões em junho. O indicador é importante porque mede o potencial de consumo no país, em um momento que a economia tenta engrenar uma retomada após os dois anos de recessão.

Fonte: O Globo
Créditos: O Globo