O novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, é apontado internamente na corporação, como um profissional cauteloso e discreto, investigador de perfil bastante diferente do seu antecessor, Fernando Segovia.
Segundo policiais ouvidos pelo blog, Galloro deve aparecer muito menos na imprensa que Segovia, apesar de bastante preparado para a exposição, e voltará a dar tranquilidade para o trabalho dos delegados encarregados de investigações.
Segovia ocupou o cargo por pouco mais de três meses, ou apenas 111 dias, e gerou desconforto a investigadores ao se envolver em polêmicas como quando afirmou que o inquérito envolvendo o presidente Michel Temer deveria ser arquivado.
De perfil técnico, Galloro ocupava o cargo de secretário nacional de Justiça, órgão do Ministério da Justiça, mas o seu nome já era cotado para a direção da PF desde o fim do ano passado, época da saída do longevo diretor Leandro Daiello.
À época da sucessão de Daiello, ex-diretor-geral que durou quase sete anos no posto, Galloro disputou palmo a palmo a indicação. Era o preferido do ministro Torquato Jardim, mas acabou perdendo a nomeação pelo apoio da cúpula do PMDB a Segovia.
Apesar de preterido à época, Galloro também sempre esteve entre as opções do governo Michel Temer. Além do posto no Ministério da Justiça, ele atuava no Comitê Executivo da Interpol, que tem bastante prestígio para a PF.
Galloro ingressou na Polícia Federal em 1995 e ocupou cargos como adido em Washington, diretor-executivo, diretor de Administração e Logística, superintendente em Goiás, além de chefe-adjunto em Pernambuco e da Divisão de Passaportes.
Outro ponto que pesou em favor de Galloro para ser escolhido nesta terça-feira (27), em meio à atual crise de segurança, foi o fato de ter chefiado o grupo de inteligência policial e fiscalização de drogas do Estado de São Paulo.
Entre as entidades de policiais, o novo diretor-geral é descrito como “extremamente preparado” e “nome natural para o cargo”, mas há quem o considere “incapaz” de pacificar as carreiras da PF, em constante disputa, caso de agentes e delegados.
Antes de entrar na Polícia, contudo, ele exerceu justamente a função de conciliador de um juizado informal na comarca de Votuporanga (SP). Mas isso quando, na década de 1990, chegou a atuar por pouco tempo na advocacia.
Galloro foi ainda oficial de Justiça no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas pouco depois de se formar em uma pequena faculdade particular de Rio Preto, interior de São Paulo. Era o primeiro passo de um funcionário público que chegou a realizar curso de especialização em Harvard, nos Estados Unidos.
Fonte: G1 / Blog do Matheus Leitão
Créditos: G1 / Blog do Matheus Leitão