Cid Gomes tentou desviar o tema PDT, quando questionado por jornalistas no Centro de Eventos do Ceará, durante a 26ª Conferência Nacional da Unale. No meio da tarde desta quinta-feira (9), na saída da mesa sobre sustentabilidade da qual participava, o senador saiu com uma de suas frases: “Tanto eu tento me dissociar dessa função de ator coadjuvante dessa novela mexicana que já se transformou essa coisa do PDT, mais vocês me questionam sobre isso”. As informações são do Opinião CE.
Poucas horas depois, na noite de quinta, o “coadjuvante” Cid Gomes deixou de lado a ironia e assumiu outros papéis na trama: o de protagonista e roteirista. O senador reuniu um pelotão de aliados, os mesmos que se movimentam para deixar o partido, para anunciar uma nova reunião.
“Vamos convidar todos para na terça-feira, dia 14, no Hotel Gran Marquise, ouvir deles suas preocupações e procurar sempre tomar decisões coletivas”, anunciou Cid. “Eles”, a quem o senador se refere, são vereadores e prefeitos do interior, além de possíveis candidatos filiados ao PDT que planejam disputar as eleições de 2024.
Cid afirmou que a orientação dada aos vereadores pedetistas aliados nos municípios é que solicitem nos órgãos municipais da sigla suas cartas de anuência. “Quer dizer que todos vão deixar o partido? Não necessariamente, o que queremos é ter é a segurança na anuência”, explicou. O grupo de Cid Gomes conta hoje com mais de 50 prefeitos, que também poderiam deixar o partido sem embaraços com a justiça eleitoral.
O plano, explica Cid Gomes, é “demonstrar na justiça que estamos sendo alvo de uma perseguição e de uma discriminação da direção nacional do partido”. O caminho é semelhante ao tomado pelo deputado estadual Evandro
Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). Ele obteve a carta de anuência e, na justiça, comprovou perseguição partidária, conseguindo se desfiliar do PDT sem prejuízo para seu mandato.
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O grupo de Cid Gomes já entrou na Justiça com uma ação pedindo nulidade do processo que destituiu a recém-eleita Executiva Estadual, comandada pelo senador. “Foi feito de forma completamente irregular e ilegal”, criticou Cid, que ainda afirmou que as investidas do PDT Nacional são “sem justificativa”.
Procurada pela reportagem, a assessoria do deputado federal André Figueiredo não atendeu até o fechamento desta edição.
INTERVENÇÃO
O comando nacional do PDT decidiu intervir oficialmente no diretório do Ceará e destituiu o senador Cid Gomes da presidência estadual da sigla. O embate vem se estendendo ao longo das últimas semanas. Em reunião nesta quinta-feira (9), os dirigentes nacionais, comandados pelo deputado federal André Figueiredo, presidente nacional interino, votaram contra Cid no processo disciplinar interno da legenda. Como adiantado pelo OPINIÃO CE, Flávio Torres passa a presidir a Comissão provisória.
“Como pode o presidente de um partido conceder cartas de anuência aos seus deputados? Isso é grave. Caso algum deputado entre na Justiça para fazer valer o desligamento, o partido vai pedir o seu mandato”, declarou André Figueiredo. Segundo ele, foi decretada a intervenção por unanimidade da Executiva
Nacional. A comissão interventora seguirá atuando até se cessarem os efeitos da destruição do partido ou até 31 de dezembro. O ex-senador Flávio Torres foi chamado à Brasília para participar da reunião da executiva.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Opinião CE
