Nem fantoche, nem moleque
Por Laerte Cerqueira
Do Jornal da paraíba
Teve quem achasse que o presidente da CPI da Petrobras na Câmara Federal, o paraibano Hugo Motta (PMDB), perdeu o controle, ontem, na discussão que marcou a sua estreia na comissão de investigação. Bradou de um lado, enquanto ouvia gritos descontrolados de outro. Mas há quem acredite que ele foi bem. Estou nesse grupo. Numa postura firme, levantou o dedo sem subserviência. Manteve-se em sua cadeira de presidente, mesmo aumentando o tom e mandando avisar que na terra dele, homem não leva grito. Por muito menos, alguns experientes caciques paraibanos tinham levantado e, verbalmente, “sentado a lenha” com muito mais ferocidade. No caso de ontem, o revide chegou ao ápice quando o colega o chamou de moleque, com um tom de menosprezo.
Orientado por seus tutores, Motta só colocou em prática um decisão anunciada nos bastidores desde segunda-feira, quando o paraibano foi chamou às pressas pelo padrinho na CPI, Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara. Sob a égide do Regimento Interno, Motta oficializou a criação de sub-relatorias e indicou os nomes dos sub-relatores sem submeter a decisão aos colegas da comissão. Os deputados contrários à medida protestaram.
Na verdade, o debate chegou aquele ponto, por causa da divisão de forças. A decisão de Motta enfraqueceu alguns partidos, como PT, que queriam mais voz na CPI. Deu força e espaço aos partidos de oposição, ansiosos por isso. O movimento foi orquestrado, nos bastidores, por peemedebistas e, apenas, executado por Hugo. De fato, não é apenas um fantoche, mas está bem orientado para criar a tensão necessária na comissão, ao ponto de perturbar o governo e dar uma ajudinha aos oposicionistas.
Para completar é um deputado jovem, de 26 anos, no segundo mandato e nunca assumiu uma função com tamanho peso. Isso, sem dúvida, influenciou na atitude descompensada dos colegas. O fato é que ao aceitar presidir essa comissão, feita para supostamente investigar um dos maiores esquemas de corrupção já vistos no país, sabia que a pressão seria gigantesca. No final do episódio de ontem, predominou a decisão dele sobre a criação das sub-relatorias e escolha dos responsáveis pela condução. Daqui para frente, não terá vida fácil e, mais do que nunca, vai receber flechadas de todos os lados. De qualquer forma, deu o recado e mostrou que pode não ser experiente, não ter cabelo branco, mas não é moleque. Sob pressão e desrespeito, foi altivo. O preço pelas ações que vai ter que tomar daqui pra frente vai ser alto, mas é do tamanho da projeção que tem a partir de agora.
Solar
O deputado estadual, Renato Gadelha (PSC), deixou de lado o discurso de líder da oposição para propor o início de discussões sobre a expansão de sistemas de captação de energia solar no estado.
Espaço
Por unanimidade, o deputado federal Benjamin Maranhão (SD) foi eleito presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. Está em busca de mais espaço.
Agra
Evitando qualquer rumor de rompimento, RC nomeou o vereador de CG Metuselá Agra (PMDB), aliado do deputado Veneziano, para executivo da pasta de Desenvolvimento Humano.
Passou
Como previsto, a CCJ na AL e a Comissão de Orçamento, dominadas pelo governo, aprovaram os vetos do Governo do Estado às 267 emendas do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA 2015).
Não vai ser mole
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), já declarou que a oposição não aceita reduzir a desoneração da folha de pagamento, mesmo que a matéria seja discutida por meio de um projeto com urgência constitucional. “A posição do PSDB é a de rejeitar essas medidas que penalizam o povo brasileiro. Quem colocou o país em recessão foi o governo e não o contribuinte”. Cássio questionou o governo por não cortar despesas que poderia ser feito a partir da diminuição do número de ministérios e redução de cargos comissionados, diminuindo assim o tamanho do Estado.
Reclamou
Teve advogado que reclamou e questionou a nomeação de Kessia Bezerra Cavalcanti para superintendente do Procon Estadual. Ela é esposa do presidente da Ordem na PB, Odon Bezerra.
Independência
O cargo já foi ocupado por Odon, que disputou o mandato de deputado federal em 2014 pelo PT. Para os advogados, a relação pode colocar a posição da entidade em xeque, em alguns momentos.
Aprovação
O deputado Wilson Filho (PDT), membro da Comissão pela Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, comemorou a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Medidas
Entre as medidas, o texto da Lei de Inclusão define o que é considerado deficiência, prevê atendimento prioritário em órgãos públicos e benefícios nas políticas públicas.
Cobrança
O TCE recomendou que o governo cobre dos licitantes do Polo Turístico do Cabo Branco, a comprovação das condições econômico-financeiras para realização dos empreendimentos.