Em entrevista à rádio Novas de Paz, de Recife (PE), nesta quinta-feira, (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, se for reinfectado com a Covid-19, vai tomar hidroxicloroquina e ivermectina novamente.
Os medicamentos não têm eficácia comprovada no tratamento da doença, mas são defendidos pelo mandatário desde o início da pandemia.
Em 7 de julho do ano passado, o chefe do Executivo anunciou que estava com o novo coronavírus. No dia 25 do mesmo mês, disse que estava curado.
“Eu falo aqui, olha: se eu for novamente reinfectado, eu vou tomar hidroxicloroquina e ivermectina, ponto-final. É a minha vida que está em jogo”, declarou Bolsonaro. “Se o médico não quiser receitar, eu vou procurar outro médico. Quando você não se sente bem com um advogado, você não procura outro advogado? Assim tem que ser a nossa vida”, argumentou.
O chefe do Executivo alegou ainda que o chamado tratamento precoce foi politizado por quem é contrário ao uso, para tentar criar um “pavor” na cabeça das pessoas.
Sem respaldo científico, o presidente afirmou ainda que “centenas de milhares [de pessoas] aqui no Brasil poderiam estar vivas hoje em dia, se tivessem feito o tratamento precoce”.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu abandonar estudos sobre uso da cloroquina no enfrentamento da Covid-19.
Em agosto, a Food and Drug Administration (FDA), que faz o papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos Estados Unidos, divulgou um alerta de que a ivermectina, droga antiparasitária usada também em animais, não deve ser tomada contra a doença pandêmica.
“Você não é um cavalo. Você não é uma vaca. Sério, pessoal. Parem com isso”, advertiu a agência norte-americana, em uma rede social, ao compartilhar um artigo com o título “Por que você não deveria usar ivermectina para tratar ou se prevenir da Covid-19”.
O mandatário disse ainda que o governo federal prepara um estudo sobre o uso da ivermectina e da hidroxicloroquina. Segundo ele, a pesquisa será “notícia-bomba favorável” ao tratamento precoce. Sem mais detalhes, ele afirmou a análise será revelada nos próximos dias.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles