Ex-procurador

"Não decidi ainda se serei candidato", diz Dallagnol e evita comentar mensagens vazadas sobre candidatura em 2018

“Estou em uma fase de reflexão"

O ex-procurador Deltan Dallagnol afirmou, na terça-feira (30), que ainda não decidiu se vai disputar cargos políticos nas eleições de 2022 e que ainda “está refletindo sobre o futuro”, apesar das especulações de uma possível filiação ao Podemos, mesmo partido do ex-ministro de Bolsonaro e ex-juiz Sergio Moro.

“Estou em uma fase de reflexão sobre qual vai ser o melhor caminho para eu seguir, e tem a ver com minha saída do Ministério Público Federal. Sempre houve convites para que eu me candidatasse, nas últimas eleições dos últimos anos, e a resposta que eu sempre dei foi que tenho uma contribuição para com a Lava Jato”, afirmou Dallagnol.

Segundo ele, uma suposta “reação contra o combate à corrupção” fez com que o “sistema começasse a desmontar os resultados”, o que teria o motivado a deixar o cargo no MPF. O chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato pediu exoneração do cargo no órgão no início de novembro, estudando uma possível migração para a política.

Em setembro, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) puniu Deltan Dallagnol com a sanção de censura por interferência na votação para a presidência do Senado em 2019. A representação contra o então procurador foi apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que acusou Dallagnol de ter influenciado, pelas redes sociais, as eleições para a presidência do Senado em 2019.

Candidatura ao Senado

Ao ser questionado sobre conversas atribuídas a ele sobre a pretensão de se candidatar a uma vaga ao Senado nas eleições de 2018 —  caso publicado pelo site The Intercept em 2019 em um vazamento de conversas que ficou conhecido como Vaza Jato —, o ex-procurador voltou a retórica e afirmou não falar sobre as mensagens porque “são de origem criminosa”.

No entanto, Dallagnol disse que “refletiu” sobre lançar uma candidatura naquele ano. “Não falo sobre essas mensagens porque são origem criminosa, de hackers, deturpadas em vários aspectos. Se eu refleti [sobre lançar uma candidatura], refleti. Várias vezes fui convidado, desde 2016, para sair na política. Mas sempre entendi que contribuiria com o país por minha profissão, pelo meu cargo no MP”, afirmou.

Nas mensagens trocadas consigo mesmo via Telegram, que funcionava como espaço de reflexão de Dallagnol, o então procurador chegou a se considerar “provavelmente eleito”. Segundo o conteúdo atribuído a ele, o agora ex-procurador avaliou ainda que a mudança que desejava implantar no país dependeria de “o MPF lançar um candidato por Estado”.

A entrevista foi concedida à CNN.

Dallagnol e Moro atingiram o auge da popularidade e apoio do país durante a Operação Lava Jato, mas perderam a credibilidade após os vazamentos de conversas que revelaram a relação incestuosa entre juiz e procurador. Moro foi considerado suspeito pelo STF no julgamento do ex-presidente Lula.

Fonte: Polêmica Paraíba com CNN
Créditos: Polêmica Paraíba