Em entrevista concedida nesta segunda-feira (11) ao programa Arapuan Verdade, na Rádio Arapuan FM, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) falou sobre a sua desistência à disputa pelo cargo de presidente da Câmara dos Deputados.
O parlamentar afirmou que o processo eleitoral é complexo, em meio à pandemia, o que torna a comunicação mais difícil.
“Como eu tinha tido um processo de construção, conversado com os principais partidos, já que naquele momento tinha um candidatura do meu partido, legítima, de um companheiro de partido, e como nesse bloco se construíram algumas alternativas de candidatura, cheguei na conclusão que não dava mais para se protelar a definição de uma candidatura”, disse.
Na sua avaliação, o bloco, composto de 11 partidos, ainda tinha dificuldades de definir quem seria o candidato, e essa demora prejudicaria o grupo na campanha. Pensando nisso, Aguinaldo explicou que retirou seu seu nome, para que fosse definido o quanto antes o candidato do bloco.
Apoio do PT
Aguinaldo acredita ter conseguido o mais difícil nessas eleições, que era o apoio do PSL e do PT, os dois partidos com maior bancada na Câmara. Sobre o Partido dos Trabalhadores, o deputado do PP disse que não havia definido uma pauta de discussão com a sigla enquanto ainda era um dos possíveis candidatos do bloco.
“A gente não definiu uma pauta, mas não tratamos especificamente de nenhum tema”, disse.
Condução da pandemia por Bolsonaro
Aguinaldo também foi questionado quanto à condução da pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para o parlamentar, as trocas de ministro da saúde durante o período não foram boas para o país e a politização da doença também foi “nociva” ao Brasil.
“Nós tivemos alguns fatos concretos. Tivemos três ministros da saúde durante esse processo de pandemia, o que não é bom para o país, em um processo como esse, ter mudanças. O que eu acho é que houve uma negação do problema, o que para mim é um problema”, avaliou.
Aguinaldo disse ainda que em uma situação como essas não cabe política ou ideologia, mas sim união, o que na sua opinião, não houve no Brasil: “A gente não pode politizar o tratamento da vida das pessoas. Acho que temos que ouvir os técnicos”, disse.
“Poderia ter havido uma união nacional no enfrentamento da Covid, e cabe ao presidente da República e seu ministro coordenar essa ação, para que possa haver o equilíbrio entre aquelas medidas duras e restritivas e as questões de impacto econômico, dos setores amplamente prejudicados, como bares, restaurantes, turismo, etc.”, concluiu Aguinaldo.
Fim do auxilio emergencial
Sobre o fim do auxílio emergencial, e se o Congresso estaria disposto a estender o benefício, Aguinaldo apresentou, a título de sugestão, criação de um programa social permanente.
“Eu acho que tudo na vida tem que ter o equilíbrio. E qual é esse equilíbrio? Primeiro montar um programa social permanente, eu acho que o país tem que ter um programa de apoio permanente”, avaliou.
“Acho importante que haja um equilíbrio de você montar um programa como esse e que você tenha também a manutenção de um programa de equilíbrio fiscal, que começou e estava tendo sucesso. O que cabe é estruturar um programa, mantendo esse equilíbrio fiscal, identificando aquelas pessoas e setores que precisam”, disse.
Sobre o auxílio, Aguinaldo chamou de “socorro emergencial” e defendeu que o programa deveria ter tido mais rigor no cadastro, evitando o recebimento indevido por muitos, como foi noticiado amplamente ao longo da pandemia.
Ainda sobre o benefício, Aguinaldo entende que deveria ter sido criada uma estrutura de transição. Ele disse que havia a possibilidade de uma possível prorrogação, mas que o Governo se mostrou contrário devido à questão fiscal.
Horizonte para 2022
Questionado sobre a participação do PP nas eleições de 2020 em João Pessoa e seus frutos para 2022, apesar de reconhecer a importância do resultado obtido em novembro, Aguinaldo não quis comentar o próximo pleito. Para ele, 2021 é o momento para demonstrar trabalho e que antecipar eleição é “ruim”.
“É obvio que a partir de João Pessoa, com essa posição do governador João Azevêdo (Cidadania) de estar na chapa do Progressistas em João Pessoa e que elegeu Cícero Lucena (PP), ela sem dúvida nenhuma foi um gesto e um sinal importante”, respondeu.
Sobre as eleições de 2022, Aguinaldo não quis comentar sobre possíveis candidaturas, mas garantiu que o Progressistas vai protagonizar as eleições majoritárias.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba