O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cita quatro paraibanos em seu livro ‘Nada Menos que Tudo’, biografia escrita pelos jornalistas Guilherme Evelin e Jailton de Carvalho, que conta os bastidores da Operação Lava-Jato. Apesar de não ter sido lançado oficialmente, a obra vazou em grupos de Whatsapp, nesta segunda-feira (30), e virou notícia em todo o Brasil.
Entre os assuntos descritos no livro de 255 páginas, estão os episódios que antecederam a eleição e a reeleição de Janot para o cargo máximo do MPF, quando dois senadores paraibanos surgem nas cenas descritas pelo ex-PGR. Na primeira delas, Janot narra a “boa conversa” que teve com o então presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o então senador Vital do Rêgo Filho (MDB), em 2013.
Ao ser indicado pelo presidente da República, a CCJ é o primeiro teste para o novo PGR antes de ter seu nome levado ao plenário do Senado. Janot revelou que Vital o incentivou a dialogar com grupos de senadores para evitar resistências à indicação do seu nome à PGR. “Depois dessa conversa, Vital começou a fazer costuras internas no Senado para atenuar resistências. Ele me sugeriu também que eu procurasse alguns senadores para desarmar espíritos contra minha indicação. Por sugestão sua, conversei com alguns grupos de senadores”, contou.
Segunda indicação
Quando Janot foi indicado ao cargo pela segunda vez, em 2015, pela então presidente Dilma Rousseff (PT), que novamente seguiu a lista tríplice votada pelo MPF, o senador José Maranhão (MDB) exerceu um papel de destaque naquele episódio, quando comandava a CCJ.
No livro, Janot cita o paraibano ao contar os episódios de tensão que passou com o senador Fernando Collor de Melo. “Num outro momento, também tenso, Collor se levantou e foi até à mesa cumprimentar o presidente da comissão, José Maranhão (PMDB-PB). Por alguns segundos, ele ficou em pé, às minhas costas”, descreveu.
Paraibanos investigados
O ex-procurador também cita paraibanos que apareceram nas investigações da Operação Lava-Jato: o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) e o então senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Os nomes dos parlamentares aparecem quando Janot descreve os bastidores das denúncias que ele apresentou contra políticos com foro privilegiado.
Na época, os nomes dos políticos apareceram em listas de denunciados que ficaram conhecidas como “as listas de Janot”, e envolviam principalmente políticos de partidos como o PP, o PT e o MDB, mas também havia nomes da oposição. Esses políticos teriam recebido ‘caixa 2’ de empreiteiras. Em outubro do ano passado, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da PGR e arquivou o inquérito que investigava o senador Cássio Cunha Lima.
O livro
O livro ‘Nada Menos que tudo – bastidores da operação que colocou o sistema político em xeque’, que conta bastidores vividos por Rodrigo Janot enquanto era Procurador Geral da República, traz histórias impactantes, como a revelação de que ele premeditou assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e desistiu na ‘hora h’. O ex-procurador também relata um convite que recebeu de Aécio Neves, então candidato à Presidência, para ser vice na chapa do PSDB. O objetivo seria barrar investigações. Também há menções ao nome do ex-presidente Lula, denunciado na Lava-Jato como ‘chefe de organização criminosa’.
O livro já se encontra à venda na internet, mas haverá um lançamento oficial em Belo Horizonte, terra natal de Rodrigo Janot. A apresentação para o público está agendada para o dia 10 de outubro, às 19h, no shopping Pátio Savassi, na Região Centro-Sul da capital mineira.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba