O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), ironizou a introdução do depoimento de Marconny Ribeiro Faria ao colegiado e o comparou com o desenho animado do Papa-Léguas. “O senhor é o Coiote e o Estado brasileiro é o Papa-Léguas”, disse o senador.
Aziz referia-se a uma fala anterior de Marconny, em que ele negava ser lobista e ter atuado para destravar negociações de empresas privadas junto ao governo federal.
“Se eu fosse um lobista, eu seria um péssimo lobista. Jamais fui capaz de transformar minhas interações sociais em contratos de resultados milionários. Nunca recebi dinheiro público ou tive qualquer cargo público”, disse o advogado aos senadores, na ocasião.
Em resposta ao depoente, o presidente da comissão afirmou que Marconny “tentou se dar bem e não se deu absolutamente bem em nada”.
Marconny foi alvo de busca e apreensão da Operação Hospedeiro, do Ministério Público Federal (MPF) do Pará. O suposto lobista entrou na mira da CPI por causa das suas relações com outros investigados, como José Ricardo Santana, ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também apontado como lobista da Precisa.
Santana, inclusive, estava com Dias no jantar no restaurante do Brasília Shopping em que, supostamente, houve o pedido de propina de US$ 1 por dose de vacinas que viriam a ser vendidas pela Davati Medical Supply ao Ministério da Saúde.
Entre as mensagens, há menções a Danilo Trento, diretor da Precisa e sócio da empresa Primarcial Holding e Participações, e sobre a necessidade de “desidratar uma empresa concorrente” à de Trento. A Primarcial funciona no mesmo endereço da Primares Holding e Participações, que é outra empresa de Francisco Maximiano, sócio da Precisa.
A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou “evidências de tentativa de interferência” no processo de licitação para contratação de testes de Covid-19 com a ajuda de Roberto Ferreira Dias, para beneficiar a Precisa.
Conversas de Faria as quais a comissão teve acesso demonstram que ele teria conhecido Santana na casa da advogada do presidente Jair Bolsonaro Karina Kufa, que também se tornou alvo da CPI.
A Precisa é um dos principais alvos das investigações da CPI por suspeita de irregularidades nas negociações na compra da vacina Covaxin. Após as denúncias se tornarem públicas, o Ministério da Saúde decidiu encerrar o contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses do imunizante indiano.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles